Amazônia, paraíso suspeito

A Amazônia de agora não pode continuar sendo mitificada e menos ainda metaforizada pelas fabulações que a constituíram no imaginário da invenção eurocêntrica. O que está em jogo neste ambiente é a nossa própria existência.

Muitos são os que preferem o mito, a metáfora e o fascínio da Amazônia ao invés de considerar as realidades localizadas em seu território. A “invenção” da Amazônia pelo imaginário ficcional ou científico, tendo em vista o registro pré-colonial, da mitologia indiana, da historiografia greco-romana e do confronto da mentalidade medieval com o século das Luzes, como documenta Neide Gondim, denota uma tendência quase genérica de abraçar a permanência do mistério, do quimérico, do onírico, do devaneio sobre a região amazônica. A tensão entre o homem e a natureza (leia-se “natureza e cultura”) não se resolve, persiste no processo de submissão ou dominação das forças naturais, recriando e revivendo o começo da história sem fim.        

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Muitos são os que preferem o mito, a metáfora e o fascínio da Amazônia ao invés de considerar as realidades localizadas em seu território. A “invenção” da Amazônia pelo imaginário ficcional ou científico, tendo em vista o registro pré-colonial, da mitologia indiana, da historiografia greco-romana e do confronto da mentalidade medieval com o século das Luzes, como documenta Neide Gondim, denota uma tendência quase genérica de abraçar a permanência do mistério, do quimérico, do onírico, do devaneio sobre a região amazônica. A tensão entre o homem e a natureza (leia-se “natureza e cultura”) não se resolve, persiste no processo de submissão ou dominação das forças naturais, recriando e revivendo o começo da história sem fim.