Lar de Marvila mantém-se aberto mais um mês. Encerramento adiado para 26 de Setembro

Neste momento permanecem na Mansão de Santa Maria de Marvila, em Lisboa, 79 dos 140 residentes, sendo que ainda esta quinta-feira poderão ser transferidos mais 15.

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A Fundação D.Pedro IV gere a Mansão de Marvila, em Lisboa, desde 2004. Nuno Ferreira Santos

A Fundação D. Pedro IV e o Instituto da Segurança Social (ISS) chegaram a acordo depois de três dias de negociações para manter o lar da Mansão de Santa Maria de Marvila aberto até ao dia 26 de Setembro. A decisão chegou no dia em que o lar em Lisboa deveria fechar as portas.

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A Fundação D. Pedro IV e o Instituto da Segurança Social (ISS) chegaram a acordo depois de três dias de negociações para manter o lar da Mansão de Santa Maria de Marvila aberto até ao dia 26 de Setembro. A decisão chegou no dia em que o lar em Lisboa deveria fechar as portas.

Desde a semana passada que o ISS tem estado a transferir os residentes. Neste momento permanecem no lar 79 dos seus 140 residentes, segundo fonte da Fundação, que adianta que ainda esta quinta-feira poderão ser transferidos mais 15.

A Fundação D.Pedro IV gere a Mansão de Marvila desde 2004, mas a falta de acordo com o ISS fez cessar o contrato que os ligava. A Fundação reclama o pagamento de cerca de dois milhões de euros gastos em obras na Mansão e uma actualização do valor do acordo de cooperação, uma vez que em 2014 o seu orçamento teve um corte na ordem dos 700 mil euros.

Assim, a Fundação aceitou ajudar a fazer o período de transição até que o ISS consiga transferir todos os utentes da Mansão de Marvila.

Em comunicado, a Fundação D.Pedro IV refere que “a preocupação com o bem-estar dos utentes e a consideração pelas famílias e trabalhadores levaram a Fundação a aceitar permanecer, para lá do fim do seu acordo de gestão”.

“Nos termos do acordo firmado, o Instituto da Segurança Social assume a gestão do Lar e a Fundação D. Pedro IV assegura a prestação dos serviços sociais como até ao momento”,  refere o comunicado, acrescentando que, “o contrato ao abrigo do qual a Fundação administrava o Lar deixa de vigorar a partir desta quinta-feira, 27 de Agosto, mas não tendo sido possível outra solução pelo ISS, a Fundação D. Pedro IV anuiu em prestar mais esse serviço a esta comunidade de idosos, fragilizada por várias patologias psíquicas e físicas”.

O Lar de Santa Maria de Marvila, o segundo maior do país, chegou a alojar 160 utentes, alguns com deficiências profundas e patologias psíquicas graves. A idade média dos utentes do lar era, em Agosto de 2020, de 83 anos, tendo a utente mais idosa 103 anos.

Quanto aos 80 funcionários do lar que enfrentam agora um despedimento colectivo, ao PÚBLICO o ISS garantiu que há uma solução que está a ser agilizada para os integrar noutras instituições: “Tal como foi transmitido ao Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), existe o compromisso de garantir que todos os trabalhadores do lar têm uma alternativa noutras instituições. Estão aliás criadas todas as condições para que os trabalhadores que o pretendam possam trabalhar na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que necessita de recursos humanos nesta área.”

Mas o sindicato alega que ainda não há nada de concreto apenas intenções.