The Beths e a estranha brisa de um Verão à distância

O quarteto neozelandês regressa com mais doses moderadas de uma indie pop apaixonada por refrãos inesquecíveis. As dores do sucesso e das relações à distância que haviam começado a atormentar a banda antes da pandemia percorrem um álbum que sai num Verão onde a distância vai imperar.

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A vocalista Elizabeth Stokes Amanda Cheng

Bastou-nos o afinadíssimo ouvido para a melodia pop perfeita – e a mão capaz de escrever o verso certo para a acompanhar. Bastava-nos Little Death, de 2018, canção banhada pelo aconchegante calor do Sol e levemente atormentada pela sombra do que vem a seguir, exploração sonhadora dos efeitos que provoca aquela paixão que, por muito que tentemos, não conseguimos descrever numa linda frase ou num doce postal. Não os efeitos na mente, que de repente torna mais rosados todos os devaneios ou mais suaves todas as fúrias, mas os efeitos físicos, desde o sangue que sentimos de outra maneira nas veias à respiração que agora é mais difícil de controlar, desde os braços trémulos à língua indecisa. O inescapável aperto no coração, que bate descontroladamente, como se estivesse a tentar sair do sítio. O amor e a imponência, a pop na sua forma canónica. “I die, I die a little death”, repetia-se no refrão, por cima de um pequeno mar de guitarras cristalinas, à procura de algum sentido no meio disto tudo. Lá está: bastou-nos o afinadíssimo ouvido para a melodia pop perfeita.

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Bastou-nos o afinadíssimo ouvido para a melodia pop perfeita – e a mão capaz de escrever o verso certo para a acompanhar. Bastava-nos Little Death, de 2018, canção banhada pelo aconchegante calor do Sol e levemente atormentada pela sombra do que vem a seguir, exploração sonhadora dos efeitos que provoca aquela paixão que, por muito que tentemos, não conseguimos descrever numa linda frase ou num doce postal. Não os efeitos na mente, que de repente torna mais rosados todos os devaneios ou mais suaves todas as fúrias, mas os efeitos físicos, desde o sangue que sentimos de outra maneira nas veias à respiração que agora é mais difícil de controlar, desde os braços trémulos à língua indecisa. O inescapável aperto no coração, que bate descontroladamente, como se estivesse a tentar sair do sítio. O amor e a imponência, a pop na sua forma canónica. “I die, I die a little death”, repetia-se no refrão, por cima de um pequeno mar de guitarras cristalinas, à procura de algum sentido no meio disto tudo. Lá está: bastou-nos o afinadíssimo ouvido para a melodia pop perfeita.