Criolo quer a música a combater o ódio

Sábado, o músico brasileiro volta a Portugal para actuar no Mimo Festival. E traz consigo um reportório, do rap ao samba e à electrónica, que tenta promover encontros e gerar pensamento.

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A favela está em tudo o que Criolo faz. Sempre esteve, desde o primeiro momento em que Kleber Cavalcante Gomes se iniciou na música, maravilhado pela música que ouvia a Nas, Wu-Tang Clan ou Racionais MCs. Na favela, onde cresceu depois de os seus pais nordestinos se terem mudado do Ceará para São Paulo, ouve-se rap e samba. E é por isso que, depois de se ter notabilizado com um hip-hop que sempre quis ser brasileiro, escutado nos álbuns Nó na Orelha (2011) e Convoque seu Buda (2014), não resistiu a reclamar essa outra herança bem tradicional, agarrando-se às memórias sambistas de Cartola ou Noel Rosa para gravar Espiral de Ilusão (2017). O surpreendente foi que, esse disco que Criolo andou a adiar durante dez, doze anos por não se sentir ainda preparado, não cedia a quaisquer truques fáceis que pudessem injectar rap na sua abordagem ao samba. Estava no samba pelo samba, por essa ser uma música que sempre tinha feito parte da sua vida. E essa forma musical tornava-se, simplesmente, aquela em que calhava expressar-se naquele momento.

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