Líder do CDS sugere que desvalorização de reuniões do Infarmed se deve a bloco central

Francisco Rodrigues dos Santos assume discordar de Rui Rio em temas como o timing da audição de Mário Centeno, os debates quinzenais e a importância das reuniões com peritos.

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Francisco Rodrigues dos Santos acentuou as divergências recentes com o PSD LUSA/HUGO DELGADO

O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, sugere que a desvalorização das reuniões com especialistas em saúde pública, no Infarmed, por parte de Rui Rio pode ser atribuída a uma “espécie de bloco central” entre o PS e o PSD.

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O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, sugere que a desvalorização das reuniões com especialistas em saúde pública, no Infarmed, por parte de Rui Rio pode ser atribuída a uma “espécie de bloco central” entre o PS e o PSD.

Francisco Rodrigues dos Santos respondia aos jornalistas sobre a apreciação do líder do PSD quando afirmou, no passado sábado, que as reuniões com técnicos de saúde no Infarmed começam a ter “pouca utilidade” e aproveitou para para sublinhar algumas divergências recentes entre os dois partidos.

“É com alguma estranheza que haja partidos que não queiram as reuniões a não ser que já tenham uma sinergia, uma articulação tão estreita com o Governo, quase como uma espécie de bloco central, que lhes permita obter informação por outra fonte”, afirmou o líder do CDS à margem de uma iniciativa junto de estudantes do ensino superior em Braga para a apresentação de propostas para esta área.

Francisco Rodrigues dos Santos considerou que as reuniões com epidemiologistas e outros técnicos, a que têm assistido o Presidente da República e o primeiro-ministro, além de líderes partidários, são “importantes” para se obter “evidência científica” que sustente as decisões políticas. “As reuniões, como a da semana passada, foram muito importantes para compreender que aquele discurso de que havia mais casos por causa do aumento da testagem não era rigorosamente verdade”, afirmou o líder do CDS, valorizando os encontros sobretudo para os “partidos da oposição poderem escrutinar a acção do Governo”.

Tal como tem vindo a sublinhar nos últimos dias, o líder do CDS lembrou que também discorda do líder do PSD sobre a redução dos debates quinzenais com o primeiro-ministro e no timing da audição de Mário Centeno, indicado para governador do Banco de Portugal, que os centristas queriam marcar só depois de receber o parecer do Banco Central Europeu. Rodrigues dos Santos apontou ainda a divergência no Orçamento Suplementar que “merecia o voto contra da direita”.

A atitude do PSD no Orçamento Suplementar já tinha merecido um reparo por parte do CDS. “Parece que há um género de colaborações patrióticas que mais parecem coligações exóticas, e que o braço da ‘geringonça’ está cada vez mais largo. Como não sou conselheiro sentimental do bloco central, a única garantia que posso dar é que, da parte do CDS, queremos mais e melhor oposição, não queremos menos nem pior oposição ao governo socialista”, afirmou Rodrigues dos Santos na passada sexta-feira, quando a proposta do Governo foi aprovada no Parlamento com a abstenção do PSD, BE e PAN e o voto contra do CDS, PCP, PEV, Iniciativa Liberal e Chega

Um dia depois, o líder do CDS deu sinais de estar confortável com a opção de Rui Rio de colocar o partido a "crescer ao centro” e de deixar a direita para o CDS, embora tenha eleito o PSD como o seu “parceiro preferencial"