Mais raptos, violações, agressões graves e carjackings: criminalidade violenta e grave subiu 3% no ano passado

Foram registados mais de 335 mil crimes, mais 2400 em comparação com 2018. Os roubos na via pública foram os crimes violentos que mais subiram em 2019, com quase seis mil casos. Castelo Branco, Portalegre, Faro e Aveiro são os distritos a liderar a subida do crime geral.

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Foram registados 14.398 crimes violentos em 2019, 40 por dia bruno lisita

A criminalidade violenta e grave subiu 3% no ano passado relativamente a 2018, tendo sido registados 14.398 crimes violentos, 40 por dia, segundo dados do Relatórios Anual de Segurança Interna que deverá ser aprovado esta terça-feira pelo Conselho Superior de Segurança Interna.

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A criminalidade violenta e grave subiu 3% no ano passado relativamente a 2018, tendo sido registados 14.398 crimes violentos, 40 por dia, segundo dados do Relatórios Anual de Segurança Interna que deverá ser aprovado esta terça-feira pelo Conselho Superior de Segurança Interna.

De acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), a que o Correio da Manhã (CM) teve acesso, houve mais roubos na via pública, em comércios, mais raptos e sequestros, mais violações, mais agressões graves e mais carjackings (roubos de carros).

O crime em geral também subiu, tendo sido registados mais de 335 mil crimes, mais 0,7% (2400) em comparação com 2018.

Segundo o relatório, os roubos na via pública foram os crimes violentos que mais subiram em 2019, com quase seis mil casos (mais 627, +11,8%).

Os roubos em comércio subiram para 432 (mais 29,8%) e os de carjacking foram 126 (mais 20 casos, +18,9%). “Os roubos em escolas também subiram: foram 32 (+23,1%). Os roubos, nas diferentes formas, somados atingem os 75,9% do total de crimes graves e violentos. Desciam desde 2009”, escreve o CM.

De acordo com o RASI, as agressões graves foram 661 (mais 82 casos, +14,2%) e no ano passado houve 338 raptos e sequestros (mais 65, +23,8%).

No que diz respeito às violações foram registadas 431 (+2,4%) — é o terceiro ano consecutivo de subida dos números deste crime em particular.

Os crimes de homicídio voluntário consumado desceram em 2019 para 89 (menos 21, -19,1%), ainda assim um valor mais elevado que 2016 (76) e 2017 (82), segundo o relatório.

O RASI destaca ainda o aumento da delinquência juvenil (cometida por jovens entre os 12 e os 16 anos). Há 1568 registos (mais 86, +5,8%), invertendo o decréscimo de anos anteriores.

Quanto à violência doméstica, os dados indicam que subiu 11,4%, tendo sido registados 29.498 crimes na categoria (mais 3015, +11,4%). Os crimes relacionados com moeda falsa também dispararam em 2019: 13.705 apreensões (+45%), num total de 1 milhão de euros (+68%).

Também a burla informática subiu, tendo sido denunciadas no ano passado 16.310 (mais 6527, +66,7%). Houve 10.990 “outras burlas” (-4,7%).

O relatório destaca também um aumento nas agressões simples, tendo sido registadas no ano passado 23.279 (mais 455, +2%). Ameaça e coação também: 15.136 (+5,1%).

O RASI, citado pelo jornal, indica igualmente que Castelo Branco (+20,7%), Portalegre (+10,5%), Faro (+8,3%) e Aveiro (+5,9%) são os distritos a liderar a subida do crime geral.

É ainda destacado no relatório que PSP, GNR, PJ, SEF e Polícia Marítima terminaram 2019 com 44.642 elementos (45.522 em 2018). Saíram 1284 polícias e apenas entraram 411.

O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2019, documento no qual são publicadas as estatísticas da criminalidade e os resultados operacionais das polícias, deveria ter sido divulgado há três meses.

A Lei de Segurança Interna obriga que o RASI seja enviado ao parlamento até 31 de Março, mas a declaração do estado de emergência no dia 18 desse mês, por causa da covid-19, levou a que o gabinete do primeiro-ministro pedisse a suspensão do prazo.

No início do ano o ministro da Administração Interna adiantou que os dados preliminares do RASI apontavam para uma nova descida da criminalidade violenta em 2019.

No RASI é feita uma análise e avaliação pelo Conselho Superior de Segurança Interna — que integra, entre outros, todas as forças e serviços de segurança, secretas, Forças Armadas e respectivos ministros de tutela — e preparadas as prioridades estratégicas para o ano seguinte.