Regressar ao futuro

Há pouco mais de uma semana, uma jovem politóloga (Miranda Yaver) escrevia no Twitter que sempre tinha sonhado viver a “gripe espanhola”, a Grande Depressão, e os protestos de 1968 (depois da morte de Martin Luther King Jr.) com Andrew Johnson a ocupar a Casa Branca, palavras que vão ao encontro daquilo que sentimos desde a eleição de Donald Trump: o que se escreve no Twitter torna-se, mais tarde ou mais cedo, realidade. O que os protestos provocados pela morte de George Floyd querem provar, contudo, é que 2020 será o ano em que aquilo que se escreve no Twitter deixará de determinar as nossas vidas. Em muitos sentidos, torna-se fácil descrever a situação actual nos EUA, por isso, como “apocalíptica” — um pouco como a distopia criada por Biff, em Regresso ao Futuro II (1989), na realidade paralela à vida que Marty McFly deveria estar a viver. Fazer o exercício certo, como nos pediu James Baldwin, é menos fácil mas necessário: olhar para esta situação e ver, simplesmente, os ingredientes de uma longa “normalidade” que nos trouxe até este momento.

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Há pouco mais de uma semana, uma jovem politóloga (Miranda Yaver) escrevia no Twitter que sempre tinha sonhado viver a “gripe espanhola”, a Grande Depressão, e os protestos de 1968 (depois da morte de Martin Luther King Jr.) com Andrew Johnson a ocupar a Casa Branca, palavras que vão ao encontro daquilo que sentimos desde a eleição de Donald Trump: o que se escreve no Twitter torna-se, mais tarde ou mais cedo, realidade. O que os protestos provocados pela morte de George Floyd querem provar, contudo, é que 2020 será o ano em que aquilo que se escreve no Twitter deixará de determinar as nossas vidas. Em muitos sentidos, torna-se fácil descrever a situação actual nos EUA, por isso, como “apocalíptica” — um pouco como a distopia criada por Biff, em Regresso ao Futuro II (1989), na realidade paralela à vida que Marty McFly deveria estar a viver. Fazer o exercício certo, como nos pediu James Baldwin, é menos fácil mas necessário: olhar para esta situação e ver, simplesmente, os ingredientes de uma longa “normalidade” que nos trouxe até este momento.