Mais rímel e menos batom? De máscara posta, o que vai mudar na rotina de beleza das portuguesas
A utilização da maquilhagem e da máscara social, em conjunto, pode criar lesões na pele, alerta dermatologista.
A utilização de máscaras no dia-a-dia pesa nas decisões sobre os rostos das portuguesas. Há quem prescinda da maquilhagem, há quem não viva sem ela e há quem aproveite para se focar no tratamento da pele. Inês Franco, maquilhadora das estrelas, Ana Branco, maquilhadora da Pó de Arroz, e o professor João Maia da Silva, dermatologista, concordam que a prioridade é, antes de pintar, cuidar da pele.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A utilização de máscaras no dia-a-dia pesa nas decisões sobre os rostos das portuguesas. Há quem prescinda da maquilhagem, há quem não viva sem ela e há quem aproveite para se focar no tratamento da pele. Inês Franco, maquilhadora das estrelas, Ana Branco, maquilhadora da Pó de Arroz, e o professor João Maia da Silva, dermatologista, concordam que a prioridade é, antes de pintar, cuidar da pele.
Menos base, menos batom e mais foco nos olhos são algumas das mudanças que Inês Franco acredita que a pandemia já está a causar nos hábitos de maquilhagem das portuguesas. “Dentro da máscara há muita humidade, e para quem a usa o dia todo é muito complicado; já é complicado para a pele sem base quanto mais com base”, começa por dizer a maquilhadora ao PÚBLICO.
Por isso, a profissional recomenda apostar na zona dos olhos que “é a única coisa que fica de fora”. Se a base for imprescindível, a maquilhadora sugere a utilização de produtos de longa duração ou uma alternativa mais leve como um BB Cream ou CC Cream. Em todos os casos, a hidratação é “fundamental” e recomenda retocar o hidratante ao longo do dia.
Agora que as máscaras, sejam elas cirúrgicas ou sociais, tapam grande parte do rosto, também a fundadora da empresa Pó de Arroz, de Leiria, vê a zona do olhar como principal foco para a maquilhagem. Além de maquilhadora de noivas, Ana Branco também aconselha e vende produtos de maquilhagem, por isso, pode dizer que a máscara de pestanas, vulgarmente chamado de rímel, “nunca teve tanta procura como agora”.
Para já, Ana Branco não sente quebras nas vendas de base, o creme que dá uma cor mais uniforme à pele, mas sim a procura de bases com mais qualidade e mais resistentes, que não sujem o tecido da máscara. Quanto ao batom, a escolha recai sobre os de tratamento porque o uso da máscara faz com que os lábios fiquem mais secos. “Entre um batom gloss [com brilho] e um matte [sem brilho], o que está a ganhar mesmo é o tratamento dos lábios”, confirma a maquilhadora.
Reduzir o uso de maquilhagem
Por questões de higiene e de segurança, toda a maquilhagem deve ser feita antes de sair de casa. Mesmo correndo o risco de estragar o acabamento final ao pôr a máscara no rosto.
No entanto, a utilização da maquilhagem e da máscara, em conjunto, pode criar lesões na pele. A máscara “altera um pouco o ambiente à superfície da pele”, a “oclusão e fricção” mudam as características da pele, explica o médico dermatologista João Maia da Silva. Numa pele mais sensível, a máscara pode causar o aparecimento de lesões, enquanto numa pele com acne ou rosácea, as lesões já presentes podem agravar-se, acrescenta.
Embora cada pessoa reaja de forma diferente, para o coordenador de Dermatologia no Hospital CUF Descobertas, em Lisboa, usar maquilhagem pode potencializar esse efeito da máscara. A recomendação é jogar pelo seguro e não usar ou reduzir ao máximo a utilização de maquilhagem.
Tendo sentido nas consultas as consequências da máscara no rosto – rosácea, irritação, comichão na face –, o dermatologista aconselha um maior cuidado com a pele. Alteração na rotina de cuidados é desaconselhada, pois podem surgir intolerâncias a novos cremes, que podem ser agravadas pela máscara. Reforça ainda a importância de “não deixar arrastar” os problemas de pele até as lesões estarem num nível de difícil tratamento.
Texto editado por Bárbara Wong