Covid-19: Berlim diz que China pressionou Governo para elogiar a sua resposta à pandemia

O Governo alemão teve conhecimento de contactos de diplomatas chineses com funcionários alemães. O objectivo? Conseguir comentários positivos sobre a gestão da pandemia por parte da República Popular da China.

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Medidas de contenção implementadas em Wuhan Reuters/ALY SONG

O Governo chinês pressionou funcionários do Ministério do Interior alemão para fazerem comentários positivos sobre a forma como Pequim geriu a pandemia da covid-19, confirmou o executivo de Angela Merkel numa resposta a uma pergunta feita por uma deputada.

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O Governo chinês pressionou funcionários do Ministério do Interior alemão para fazerem comentários positivos sobre a forma como Pequim geriu a pandemia da covid-19, confirmou o executivo de Angela Merkel numa resposta a uma pergunta feita por uma deputada.

O Governo alemão teve conhecimento de “contactos de diplomatas chineses com funcionários alemães com o propósito de conseguir comentários positivos sobre a gestão da pandemia por parte da República Popular da China”, diz a resposta do Governo a uma pergunta de uma deputada, cuja autenticidade foi confirmada neste domingo pelo Ministério do Interior alemão, depois da sua divulgação no jornal Welt am Sonntag.

Na resposta a uma pergunta da deputada de Os Verdes Margarete Bause, o Governo diz que funcionários do Ministério do Interior foram contactos por diplomatas chineses com esse propósito.

O Governo alemão, de acordo com a resposta, não foi atrás da vontade dos diplomatas chineses.

“Do ponto de vista do Governo federal, a transparência tem um papel chave na luta contra a pandemia e deixámos isso claro à República Popular da China”, refere a resposta.

Na mesma resposta à deputada, o Governo destaca os esforços de Pequim na luta contra o novo coronavírus e assinala que, dentro de uma relação estratégica, há contactos permanentes com a China em tornos de diversos assuntos, entre eles a pandemia.

A deputada Margarete Bause, em declarações ao Welt am Sonntag, criticou a atitude do executivo alemão diante da China e disse que a resposta do Ministério do Interior mostrava uma vez mais o medo de Berlim a pronunciar-se de forma crítica diante de Pequim.