Peso das microempresas no layoff chegou aos 80%

São mais de 82 mil empresas onde trabalham mais de 1,05 milhões de pessoas. Sector das agências de viagens, limpezas e call centers tem o maior rácio de trabalhador por empresa.

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Alojamento e restauração é o sector com mais empresas com suspensão total ou parcial de trabalho Miguel Manso/Arquivo

Treze mil empresas notificaram a entrada no layoff simplificado nos últimos três dias, elevando para 82 mil o número de entidades empregadoras que declaram estar em crise empresarial e que activaram este mecanismo. Com as últimas adesões, o peso das microempresas passou de 79% para 80%.

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Treze mil empresas notificaram a entrada no layoff simplificado nos últimos três dias, elevando para 82 mil o número de entidades empregadoras que declaram estar em crise empresarial e que activaram este mecanismo. Com as últimas adesões, o peso das microempresas passou de 79% para 80%.

Os dados são do Ministério do Trabalho que, pela primeira vez, divulga a repartição por sector de actividade do número de trabalhadores das empresas aderentes ao layoff. Naquele universo empresarial, apurado até ao dia 17, trabalham 1,05 milhões de pessoas e a folha salarial mensal deste universo é de 1052 milhões de euros.

Por revelar continua o número efectivo de trabalhadores abrangidos, em termos totais, em termos sectoriais e por tamanho de empresa. Sem isso, e a correspondente massa salarial, não é possível saber qual a despesa do Estado inerente à medida.

Ontem, o ministro das Finanças, Mário Centeno, especificou que o custo estimado de 1000 milhões de euros mensais, que havia sido referido no início desta crise pelo ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, diz respeito a um cenário em que 1,5 milhões de trabalhadores estão em layoff.

Mas, por agora, o Ministério do Trabalho só revela o número total dos trabalhadores das empresas com layoff e não o número dos efectivamente abrangidos.

Ainda assim, os novos dados permitem ter uma imagem mais nítida e actualizada. O sector do alojamento, restauração e similar continua a liderar em número de empresas, como já sucedia, passando de quase 18 mil empresas para 20.554. Neste universo trabalham 207.515 pessoas, o que dá uma média de 10,1 trabalhadores por empresa.

O comércio mantém a segunda posição, passando de 15.366 para 17.330. Neste universo trabalham 190.014 pessoas, o que dá uma média de 11 trabalhadores por empresa.

Em terceiro lugar está a indústria transformadora. Em número de empresas mantém-se longe dos dois primeiros, tendo passado de quase 6400 para 7542. Já em número de trabalhadores, é o segundo sector, com 206.982, uma curtíssima distância do alojamento e restauração, porque apesar de ter menos de metade do número de empresas em layoff, a indústria que recorreu ao mecanismo tem em média o quase o triplo do número de trabalhadores por empresa (27,4 na indústria, contra os 10,1 do alojamento e restauração).

Mas é no sector das actividades administrativas, que inclui agências de viagens call centers, limpezas, rent-a-car, operadores turísticos e organizadores de eventos, que o rácio de trabalhador por empresa atinge o valor mais elevado. São 47,5 pessoas por entidade, em média, devido às 2658 empresas que aderiram ao layoff e onde trabalham 126.278 pessoas.

Os dez maiores sectores constam da tabela abaixo:

    A B  
    Empresas Trabalhadores Rácio B/A
1 Alojamento, restauração e similares 20554 207515 10,1
2 Indústrias transformadoras 7542 206982 27,4
3 Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos 17330 190014 11,0
4 Actividades administrativas e dos serviços de apoio 2658 126278 47,5
5 Actividades de saúde humana e apoio social 6328 70938 11,2
6 Transportes e armazenagem 4137 56195 13,6
7 Construção 2499 39280 15,7
8 Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 3434 30729 8,9
9 Outras actividades de serviços 4266 26635 6,2
10 Educação 2175 25496 11,7