“O essencial para fazer face à dívida é haver actividade económica”

Gian Maria Milesi-Ferretti, vice-director do departamento de investigação do FMI, diz que não é tempo de Portugal olhar para a crise: “Deve mesmo fazer-se tudo o que for preciso para enfrentar o choque imediato”

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Como vice-director do departamento de investigação do Fundo Monetário Internacional, o italiano Gian Maria Milesi-Ferretti é há vários anos responsável pela supervisão da principal publicação do FMI: o World Economic Outlook, em que são apresentadas as projecções para toda a economia mundial. Esta terça-feira, o FMI publicou previsões que apontam para a maior contracção económica desde a Grande Depressão, com Portugal a ver o PIB cair 8%. Em entrevista ao PÚBLICO, salienta, contudo, por várias vezes que o que distingue estas previsões de outras é o enorme nível de incerteza que existe. “Há muito que ainda não sabemos”, lamenta-se. Mas de uma coisa tem a certeza, perante o “trovão que atingiu a economia global”: os governos, incluindo o português, têm de proteger os trabalhadores e as empresas, o que é na prática uma forma de “investirem para terem uma economia com capacidade para se reiniciar, assim que as restrições de movimento forem gradualmente levantadas”. Na Europa, espera, “houve lições que se aprenderam durante a crise do euro que são importantes”.

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Como vice-director do departamento de investigação do Fundo Monetário Internacional, o italiano Gian Maria Milesi-Ferretti é há vários anos responsável pela supervisão da principal publicação do FMI: o World Economic Outlook, em que são apresentadas as projecções para toda a economia mundial. Esta terça-feira, o FMI publicou previsões que apontam para a maior contracção económica desde a Grande Depressão, com Portugal a ver o PIB cair 8%. Em entrevista ao PÚBLICO, salienta, contudo, por várias vezes que o que distingue estas previsões de outras é o enorme nível de incerteza que existe. “Há muito que ainda não sabemos”, lamenta-se. Mas de uma coisa tem a certeza, perante o “trovão que atingiu a economia global”: os governos, incluindo o português, têm de proteger os trabalhadores e as empresas, o que é na prática uma forma de “investirem para terem uma economia com capacidade para se reiniciar, assim que as restrições de movimento forem gradualmente levantadas”. Na Europa, espera, “houve lições que se aprenderam durante a crise do euro que são importantes”.