Esta plataforma diz o que podes e não podes fazer em tempo de covid-19

Grupo de amigos do Porto criou a Posso.pt, uma plataforma que responde de forma “simples e acessível” às dúvidas “mais miudinhas” que surgem com a pandemia de covid-19.

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paulo pimenta

Um grupo de amigos do Porto lançou a Posso.pt, uma plataforma que, através da “desconstrução” de informações oficiais, responde às dúvidas da população de forma “simples e acessível”. “Além de querermos responder às dúvidas mais comuns, também queríamos dar resposta às questões que não fazem manchete nos jornais, que são mais miudinhas do dia-a-dia e que não justificam notícia”, explica Ana Bárbara Matos, uma das fundadoras.

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Um grupo de amigos do Porto lançou a Posso.pt, uma plataforma que, através da “desconstrução” de informações oficiais, responde às dúvidas da população de forma “simples e acessível”. “Além de querermos responder às dúvidas mais comuns, também queríamos dar resposta às questões que não fazem manchete nos jornais, que são mais miudinhas do dia-a-dia e que não justificam notícia”, explica Ana Bárbara Matos, uma das fundadoras.

Em declarações à Lusa, Ana Bárbara Matos que, em conjunto com dois colegas de trabalho, lançou, na semana passada, a plataforma, explicou que tudo surgiu devido à quantidade de “desinformação” disseminada nas redes sociais e de amigos. “Esta pandemia trouxe muita informação, que circula por toda a parte, mas acreditamos que também trouxe muita desinformação e nós sentimos isso à nossa volta, nos grupos de WhatsApp e em conversa com familiares e amigos”, contou a especialista em marketing. Por essa razão, o grupo de amigos decidiu “pôr mãos à obra” e, em pouco mais de uma semana, criar a plataforma que, assente na pandemia da covid-19, mas “sem ter o nome dela”, pretende esclarecer as dúvidas da população “sem formalismos”. 

Subdivida em seis categorias — quarentena, cuidados de saúde, direitos do trabalhador, acesso a apoios sociais, escola, deslocações — a plataforma baseia-se em informação oficial, como decretos, comunicados e outros dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), Direcção-Geral da Saúde ou meios de comunicação social. “Nós não somos especialistas em saúde ou direito do trabalho, o que fazemos é recorrer às fontes oficiais e fidedignas. O nosso trabalho não é mais do que ler, interpretar e dar respostas a essas questões com rigor. No fundo, desconstruir a informação que existe e torná-la mais simples e acessível”, explicou Ana Bárbara Matos.

Desde então, a plataforma já recebeu várias dúvidas “muito práticas do dia-a-dia”, entre elas, se é possível sacudir tapetes, como tratar do lixo, se é possível visitar familiares ou que apoios existem para trabalhadores a recibos verdes. No entanto, a que “saltou de imediato à vista” do grupo de jovens e se “repetiu” em alguns casos foi sobre relações sexuais. “Rapidamente percebemos o porquê, quando fomos à procura de respostas para a questão, não encontramos nem em meios de comunicação, nem em páginas oficiais. Apenas um pequeno excerto da OMS e um guia do departamento de saúde de Nova Iorque que fazia referência ao tema”, explicou Ana Bárbara Matos.

À Lusa, a responsável adiantou que, apesar do trabalho desenvolvido na plataforma ser “uma mais-valia” neste momento, será ainda “mais importante” no regresso à vida normal. “Quando voltarmos gradualmente à vida normal, não vamos ter a nossa liberdade e direitos de um dia para o outro, por isso, o trabalho de acompanhar o regresso à vida normal vai ser ainda mais importante”, concluiu.