Ler sobre a “santa trincadeira”

Voltemos à terra. Deixem a covid-19 à porta e leiam Aquilino e façam a festa da língua portuguesa em casa.

Uma pessoa às vezes tem sorte e conhece na vida algumas personagens que pareciam apenas estar nos romances. Nos tempos em que estive em Boticas a dar aulas, bendizendo estar tão baixo na lista dos professores que fui parar àquele magnífico sítio, conheci algumas. A escola era pequena, pelo que acabava por dar aulas a praticamente todos os alunos e conhecer todos os professores e o pessoal administrativo da escola. A maioria dos professores que lá estavam colocados maldiziam a sua sorte, porque era o ultimo sítio onde queriam estar e à mais pequena oportunidade queriam era vir-se embora. Não era fácil nem lá chegar, nem de lá sair, porque todas as opções de estrada para o Porto demoravam pelo menos cinco horas de tormento, quer se fosse pelo Barroso, quer por Vila Pouca de Aguiar, muitas vezes com neve, e, no caso do trajecto que incluía o Marão, apanhar aquela sucessão de curvas em que apetecia deitar o carro por uma ribanceira abaixo ou parar e não sair mais dali. Não havia volta a dar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Uma pessoa às vezes tem sorte e conhece na vida algumas personagens que pareciam apenas estar nos romances. Nos tempos em que estive em Boticas a dar aulas, bendizendo estar tão baixo na lista dos professores que fui parar àquele magnífico sítio, conheci algumas. A escola era pequena, pelo que acabava por dar aulas a praticamente todos os alunos e conhecer todos os professores e o pessoal administrativo da escola. A maioria dos professores que lá estavam colocados maldiziam a sua sorte, porque era o ultimo sítio onde queriam estar e à mais pequena oportunidade queriam era vir-se embora. Não era fácil nem lá chegar, nem de lá sair, porque todas as opções de estrada para o Porto demoravam pelo menos cinco horas de tormento, quer se fosse pelo Barroso, quer por Vila Pouca de Aguiar, muitas vezes com neve, e, no caso do trajecto que incluía o Marão, apanhar aquela sucessão de curvas em que apetecia deitar o carro por uma ribanceira abaixo ou parar e não sair mais dali. Não havia volta a dar.