Acordava, tentava perceber quem era, fazia um esforço por se lembrar daquilo que tinha para fazer, tomava a sua medicação e empenhava-se em aguentar o dia que tinha pela frente. Se tudo corresse bem, havia de tocar alguma música e encontrar-se com umas quantas pessoas antes de se deitar e amealhar forças para começar o dia seguinte a questionar-se, de novo, sobre quem era. “Isto consumia muito tempo e muita energia”, diz ao Ípsilon Stephen Cleary, acerca da sua descrição da rotina diária de Nina Simone na década de 1980. Nesta altura, a cantora refugiara-se já na Europa, em fuga de um país que acreditava tê-la boicotado a nível artístico e descartado quando o movimento político na luta pelos direitos civis abandonou a linha da frente dos combates sociais e entrincheirou Nina Simone nesse lugar de voz política para a qual tinha deixado de haver um uso que a justificasse.
Opinião
A carregar...
Ver mais
A carregar...
Ver mais