Quando deixámos de entender o mundo

Quatro histórias de génios da Física e da Matemática que nos interrogam sobre temas complexos, como o limite do conhecimento, e nos confrontam com a ambivalência das descobertas científicas.

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Um Terrível Verdor é sobretudo um livro em que Labatut aposta em explorar as ambivalências das descobertas científicas Juana Gomez

A leitura das primeiras páginas de Um Terrível Verdor, do escritor chileno Benjamín Labatut (n. 1980), pode dar ao leitor a ideia de que se trata de uma colecção de quatro textos de “não-ficção” escritos num registo que se aproxima do ensaio biográfico. Na verdade, a primeira das histórias, Azul da Prússia (onde aparece a expressão que dá o título ao livro), tem apenas — segundo informa o autor na página dos “Agradecimentos” — um parágrafo ficcional. Mas nos três textos seguintes, Benjamín Labatut vai tomando, sempre em crescendo, liberdades ficcionais que atingem o auge no último, Quando Deixámos de Entender o Mundo; este é quase uma novela em capítulos, literariamente brilhante, baseada nos factos reais da vida de dois dos maiores físicos do século XX, Heisenberg e Schrödinger — mas pelo meio surgem amiúde outras personagens geniais como Einstein, Niels Bohr, de Broglie, e Max Planck. Nesta história narra-se a descoberta da natureza “incerta” da física quântica, esse estranho mundo aparentemente incompatível com o senso comum e com a maneira como sempre o entendemos, e que levou Heisenberg a postular o seu “princípio da incerteza” e também à célebre equação de Schrödinger — e à conhecida história do “gato que estava vivo e morto ao mesmo tempo”, numa analogia com uma qualquer partícula elementar; esta imagem foi inventada pelo cientista austríaco, Schrödinger, para demonstrar o carácter paradoxal e absurdo das ideias que ele próprio tinha ajudado a criar sobre o mundo quântico, e que se tornou numa espécie de símbolo do tempo em que “deixámos de entender o mundo”.

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A leitura das primeiras páginas de Um Terrível Verdor, do escritor chileno Benjamín Labatut (n. 1980), pode dar ao leitor a ideia de que se trata de uma colecção de quatro textos de “não-ficção” escritos num registo que se aproxima do ensaio biográfico. Na verdade, a primeira das histórias, Azul da Prússia (onde aparece a expressão que dá o título ao livro), tem apenas — segundo informa o autor na página dos “Agradecimentos” — um parágrafo ficcional. Mas nos três textos seguintes, Benjamín Labatut vai tomando, sempre em crescendo, liberdades ficcionais que atingem o auge no último, Quando Deixámos de Entender o Mundo; este é quase uma novela em capítulos, literariamente brilhante, baseada nos factos reais da vida de dois dos maiores físicos do século XX, Heisenberg e Schrödinger — mas pelo meio surgem amiúde outras personagens geniais como Einstein, Niels Bohr, de Broglie, e Max Planck. Nesta história narra-se a descoberta da natureza “incerta” da física quântica, esse estranho mundo aparentemente incompatível com o senso comum e com a maneira como sempre o entendemos, e que levou Heisenberg a postular o seu “princípio da incerteza” e também à célebre equação de Schrödinger — e à conhecida história do “gato que estava vivo e morto ao mesmo tempo”, numa analogia com uma qualquer partícula elementar; esta imagem foi inventada pelo cientista austríaco, Schrödinger, para demonstrar o carácter paradoxal e absurdo das ideias que ele próprio tinha ajudado a criar sobre o mundo quântico, e que se tornou numa espécie de símbolo do tempo em que “deixámos de entender o mundo”.