Coronavírus: União Europeia reconhece que é preciso vigiar mas não exagerar

Bruxelas está a avaliar o impacto do surto de coronavírus na saúde pública e na actividade económica, para poder agir em conformidade. “O risco existe e por isso estamos a preparar-nos para todos os cenários”, diz o comissário europeu para a Gestão de Crises.

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Paolo Gentiloni EPA

A União Europeia está a acompanhar a evolução do surto de coronavírus e a avaliar os impactos que pode vir a ter no espaço comunitário, tanto em termos de saúde pública como ao nível da actividade económica, para poder agir em conformidade. As autoridades europeias não excluem a possibilidade de recomendar a adopção de medidas adicionais àquelas que os Estados membros já puseram em marcha para responder à crise, mas para já afastam a hipótese de avançar para expedientes mais “gravosos” como quarentenas superiores a 14 dias ou o controlo de cidadãos nas fronteiras.

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A União Europeia está a acompanhar a evolução do surto de coronavírus e a avaliar os impactos que pode vir a ter no espaço comunitário, tanto em termos de saúde pública como ao nível da actividade económica, para poder agir em conformidade. As autoridades europeias não excluem a possibilidade de recomendar a adopção de medidas adicionais àquelas que os Estados membros já puseram em marcha para responder à crise, mas para já afastam a hipótese de avançar para expedientes mais “gravosos” como quarentenas superiores a 14 dias ou o controlo de cidadãos nas fronteiras.

De Bruxelas, onde os ministros da Saúde dos 27 reuniram esta quinta-feira para discutir a situação, saiu uma mensagem de calma e ponderação destinada a contrariar o alarmismo que voltou a manifestar-se depois de a China rever em alta o número de novos casos de infecção com coronavírus.

“O risco aqui é muito baixo”, desdramatizou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic. “Mas o risco existe, e por isso estamos a preparar-nos para todos os cenários”, garantiu.

A preparação pressupõe a partilha de informação entre as autoridades nacionais e a coordenação de estratégias e de meios operacionais e logísticos — por exemplo, os ministros debateram a possibilidade de aquisições conjuntas de equipamentos de protecção individual, ou ainda a eventual aplicação de questionários para a identificação dos últimos contactos de viajantes provenientes de determinados espaços. Uma medida que segundo a ministra da Saúde, Marta Temido, já estava em estudo pela Direcção-Geral de Saúde.

Outras medidas dependerão da evolução e das evidências científicas, e serão sempre decididas numa lógica de “proporcionalidade” e em função das recomendações da Organização Mundial de Saúde ou do Centro Europeu de Controlo de Doenças. 

“A preocupação dos Estados membros vai no sentido de adoptar padrões de resposta que sejam proporcionais. Face às várias alternativas que existem para a contenção do surto, procuraremos utilizar medidas que sejam as estritamente adequadas aos objectivos que se pretendem atingir”, sublinhou Marta Temido, à saída da reunião.

A mesma postura cautelosa dos ministros da Saúde foi adoptada pelo comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, que na apresentação das previsões económicas de Inverno se referiu ao coronavírus como uma das incertezas e dos riscos que podem afectar negativamente o desempenho da zona euro (a par, por exemplo, do “Brexit” e das tensões comerciais). 

Gentiloni lembrou que a epidemia levou várias companhias internacionais a suspender a laboração das suas unidades na China, o que compromete a cadeia de produção de várias indústrias em território europeu. Mas por enquanto ainda “é muito cedo para avaliar a extensão do impacto do surto de coronavírus na actividade económica. Quanto mais tempo durar, maior a probabilidade de se reflectir de forma adversa na economia global”, reconheceu o comissário.