Um inventário de bens culturais para pôr Portugal a pensar sobre a colonização

A guerra entre Joacine Katar Moreira e o seu partido e o circo mediático em torno das reacções à sua proposta de inventariação do património das ex-colónias em instituições nacionais relegaram para segundo plano a discussão sobre a “descolonização da cultura e do conhecimento” que a deputada quer inscrever na agenda política. O inventário, diz ao PÚBLICO, é apenas uma etapa num “processo longo”. Entretanto, Angola está a inventariar o que há em Portugal, com um olho nas colecções privadas.

Foto
Máscara-elmo em madeira usada nos rituais de iniciação masculinos dos Maconde, comprada por Jorge e Margot Dias em 1958 CORTESIA: MUSEU NACIONAL DE ETNOLOGIA

Ainda que a proposta, como tudo indica, fique pelo caminho, e mesmo sem o apoio do Livre, partido pelo qual foi eleita, Joacine Katar Moreira não deixará de tentar promover um debate alargado sobre a colonização e os seus efeitos na sociedade portuguesa de hoje, nem de trabalhar para que se inventarie o património dos antigos territórios ultramarinos existente nas colecções nacionais. O que pretende, afinal, a deputada com este documento que foi rejeitado de forma extremada por uns e ignorado ou acolhido com timidez por outros? Como se faz, na prática, a “descolonização da cultura e do conhecimento”?

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Ainda que a proposta, como tudo indica, fique pelo caminho, e mesmo sem o apoio do Livre, partido pelo qual foi eleita, Joacine Katar Moreira não deixará de tentar promover um debate alargado sobre a colonização e os seus efeitos na sociedade portuguesa de hoje, nem de trabalhar para que se inventarie o património dos antigos territórios ultramarinos existente nas colecções nacionais. O que pretende, afinal, a deputada com este documento que foi rejeitado de forma extremada por uns e ignorado ou acolhido com timidez por outros? Como se faz, na prática, a “descolonização da cultura e do conhecimento”?