Nuno Carinhas espalha pelo chão a memória e o tempo de Elfriede Jelinek

Na Viagem de Inverno que ocupa o Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, o encenador dirige três actrizes que dão voz a uma escrita polifónica e autobiográfica.

Fotogaleria

Vai já adiantada a imersão no débito incessante das palavras de Elfriede Jelinek quando, por cima das três actrizes (Ana Cris, Flávia Gusmão e Teresa Gafeira) que vão tomando o palco à vez, um ecrã ganha vida e é ocupado por uma boca (de Sara Carinhas). A boca desata então a rememorar a história de uma menina de dez anos desaparecida junto a uma “furgoneta branca que ninguém conhece”. Fala de um caso que abalou a Áustria a 23 de Agosto de 2006, o dia em que Natascha Kampusch reapareceu, já com 18 anos, pondo fim a um rapto (e a um cativeiro) que durara uma eternidade. “Vão desprezá-la e castigá-la por ter estado desaparecida tanto tempo, vão castigá-la com desprezo, por agora estar de novo em público, por estar ali de novo”, diz a boca.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Vai já adiantada a imersão no débito incessante das palavras de Elfriede Jelinek quando, por cima das três actrizes (Ana Cris, Flávia Gusmão e Teresa Gafeira) que vão tomando o palco à vez, um ecrã ganha vida e é ocupado por uma boca (de Sara Carinhas). A boca desata então a rememorar a história de uma menina de dez anos desaparecida junto a uma “furgoneta branca que ninguém conhece”. Fala de um caso que abalou a Áustria a 23 de Agosto de 2006, o dia em que Natascha Kampusch reapareceu, já com 18 anos, pondo fim a um rapto (e a um cativeiro) que durara uma eternidade. “Vão desprezá-la e castigá-la por ter estado desaparecida tanto tempo, vão castigá-la com desprezo, por agora estar de novo em público, por estar ali de novo”, diz a boca.