Após o “salto de fé”, Harry e Meghan vestem a pele de cidadãos comuns no Canadá

O comunicado da rainha a retirar-lhes os títulos reais ainda parece ferver, mas o príncipe e a mulher já assumiram as rédeas da sua nova vida.

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O casal voltou a exibir o ar descontraído do tempo do namoro MARK BLINCH/Reuters

Na ilha de Vancouver, no Oeste do Canadá, Meghan Markle afasta o frio com um gorro enfiado na cabeça ao sair para passear no parque de Horth Hill, com os dois cães, que levou do Reino Unido, e Archie colado ao seu corpo num marsúpio. A imagem, captada por paparazzi, é de uma pessoa como qualquer outra, de calças pretas justas e botas de montanha – a denunciar a sua identidade, apenas a presença, na sua retaguarda, de dois seguranças. Mais tarde, no mesmo dia, Harry aterraria no Aeroporto Internacional de Vancouver, com uma imagem a condizer: de anoraque acolchoado​ e gorro. Também em consonância, o sorriso que ambos exibiam.

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Na ilha de Vancouver, no Oeste do Canadá, Meghan Markle afasta o frio com um gorro enfiado na cabeça ao sair para passear no parque de Horth Hill, com os dois cães, que levou do Reino Unido, e Archie colado ao seu corpo num marsúpio. A imagem, captada por paparazzi, é de uma pessoa como qualquer outra, de calças pretas justas e botas de montanha – a denunciar a sua identidade, apenas a presença, na sua retaguarda, de dois seguranças. Mais tarde, no mesmo dia, Harry aterraria no Aeroporto Internacional de Vancouver, com uma imagem a condizer: de anoraque acolchoado​ e gorro. Também em consonância, o sorriso que ambos exibiam.

De acordo com o tablóide The Sun, a família irá viver próximo da praia de Kitsilano, numa moradia de seis quartos, avaliada em 21 milhões de libras (cerca de 25 milhões de euros), localizada num bairro tranquilo, com a privacidade garantida por portões, cercas e muros altos.

Este é, assim, o início de uma nova vida para os duques de Sussex que, no início deste mês, anunciaram a sua decisão de se “afastarem enquanto altos membros da família real", renunciando ao salário proveniente do Fundo Soberano que pagava as funções que exerciam em nome da coroa, ao mesmo tempo que informaram a intenção de viverem entre o Reino Unido e a América do Norte. 

Harry sem farda

No entanto, o casal parece ter conseguido mais do que queria. A rainha não só os libertou das funções de altos membros mas também anunciou que os dois deixariam de a representar, tirando a Harry provavelmente o que lhe custará mais: as funções militares, tendo o mesmo sido obrigado a renunciar aos três cargos honorários que detinha (capitão-mor dos Royal Marines, cargo em que sucedeu ao avô, o duque de Edimburgo; comandante honorário da Força Aérea Real e Comodoro Honorário das Operações de Mergulho e Pequenos Navios da Marinha Real). Além disso, o filho mais novo do herdeiro da coroa (e sexto na linha de sucessão), que cumpriu serviço militar entre 2006 e 2015, tendo realizado duas missões no Afeganistão, não pode voltar a vestir a farda militar em público.

A monarca, no comunicado emitido durante o fim-de-semana, disse ainda que os duques se terão voluntariado para devolver o dinheiro dos contribuintes gasto nas obras da Frogmore Cottage. As palavras da rainha, que são claras sobre o facto de os dois deixarem de a poder representar em quaisquer actos, não informam se Harry e Meghan vão continuar a usar a Frogmore Cottage como sua residência. 

Sabe-se, porém, que os dois funcionários a tempo inteiro da, até aqui, residência dos duques de Sussex, localizada nos jardins do castelo de Windsor, estarão a receber propostas de trabalho no Palácio de Buckingham, conforme noticiou o Daily Mail, levantando a suspeita de que o casal não viverá entre um país e outro, mas sobretudo no Canadá. Já os trabalhadores que prestavam serviço em part-time terão sido dispensados.

"Não havia mesmo outra opção"

Ainda antes de abraçar a sua nova vida, o príncipe fez uma espécie de despedida da anterior, num discurso emotivo, durante o qual se referiu à sua decisão como “um salto de fé”. Harry referiu ainda que a mesma “não foi tomada de ânimo leve”, mas que “não havia mesmo outra opção”.

Há, porém, “mais pontas soltas do que decisões”, considerou a biógrafa da família real Ingrid Seward, em declarações ao programa CBS This Morning, sendo a maior sobre o dinheiro: quem vai pagar o quê, nomeadamente a segurança, cujos custos são desconhecidos, mas que se estima serem “uma fortuna” e que recairão sobre os contribuintes – britânicos ou canadianos, ainda não se sabe. Além disso, mantém-se por esclarecer o valor que lhes é dado pelo ducado da Cornualha, uma espécie de mesada, saída dos bolsos do príncipe Carlos e que por ano ronda os 2,5 milhões de libras (quase três milhões de euros).

Parte da opinião pública tem apontado as críticas a Meghan Markle, vista como a estranha que afastou o amado príncipe do seu povo. Isto é tão mais verdade quanto maior é a idade de quem emite a opinião; os jovens britânicos defendem que o casal tem direito a ser feliz, havendo ainda muita gente sem qualquer opinião, reflectindo o desinteresse pela monarquia.

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