O direito de resposta (mais moderado) que Joacine entregou ao congresso

Deputada entregou um direito de resposta de 12 páginas no qual recusa as acusações de deslealdade feitas pela assembleia do Livre.

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Daniel Rocha

No direito de resposta que entregou à mesa do congresso na manhã deste sábado, Joacine Katar Moreira prometia “aguardar serenamente a decisão” do encontro. Mas na sua intervenção a deputada do Livre acabaria por se exaltar em vários momentos, adoptando um tom muito mais duro e crítico do que previa o texto. Afirmou que a resolução da assembleia assentava em “mentiras” e acusou alguns dos seus membros de “manipulação” e “perseguição” — três palavras que não constam no direito de resposta entregue à mesa da assembleia que agora cessa funções.

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No direito de resposta que entregou à mesa do congresso na manhã deste sábado, Joacine Katar Moreira prometia “aguardar serenamente a decisão” do encontro. Mas na sua intervenção a deputada do Livre acabaria por se exaltar em vários momentos, adoptando um tom muito mais duro e crítico do que previa o texto. Afirmou que a resolução da assembleia assentava em “mentiras” e acusou alguns dos seus membros de “manipulação” e “perseguição” — três palavras que não constam no direito de resposta entregue à mesa da assembleia que agora cessa funções.

O guia de uma dúzia de páginas que Joacine Katar Moreira levou consigo para o palco, e que agitaria para fazer frente às críticas internas que tem recebido, refere “várias omissões, deturpações e enviesamentos” e que “a cultura do Livre não é esta”. “Ninguém toma decisões por ninguém”, lê-se no texto.

No encontro deste sábado, e de dedo em riste, a deputada afirmou que os congressistas “não sabem da missa a metade” e queixou-se que estavam a usar “o mediatismo e sensacionalismo” para a tentarem afastar. “Isto é uma perseguição absoluta. Isto é inadmissível. E só vos digo isto: eu não fiz nada de errado. Ainda. Ainda”, declarou. 

Sobre a resolução aprovada pela assembleia que durante os últimos dois anos conduziu o partido, Joacine repetiu que “é mentira” e pediu aos críticos que “tenham vergonha”. No documento, dá alguns exemplos e garante que “que por várias vezes os pedidos de apoio ao partido não foram atendidos”.

Se na tribuna disse que a resolução feria a sua honra, no direito de resposta cita a Constituição para falar de um “um ataque” ao direito ao “bom nome e reputação” e à sua “dignidade”. “Ao longo dos últimos meses, não fiz outra coisa que não fazer o Livre chegar ao Parlamento e consequentemente ao país”, escreveu no documento, remetendo para a página da deputada a consulta ao trabalho parlamentar até agora executado.

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No texto, Joacine fala em “assembleias emocionalmente desgastantes, para todas as partes” e dá conta da existência de uma reunião a 9 de Janeiro, véspera da votação do OE 2020, na qual Joacine diz ter sido decidido o sentido de voto do Livre. No entanto, no decorrer da sua intervenção do congresso, Joacine afirmou que a intenção de voto do Livre já era conhecida dias antes da votação e tinha sido até noticiado por vários jornais – o que não aconteceu até dia 10 de Janeiro – e que por isso não poderia ser um motivo de confronto com a direcção.

“Se vocês queriam substituir a minha voz, lamento informar: elegeram uma mulher que gagueja muito bem, que nunca escondeu isso. Elegeram uma mulher negra que foi útil para a subvenção”, acusou a deputada, que recolheu nas eleições legislativas cerca de 22,8 mil votos, aproximadamente mais mil do que o partido conquistou nas europeias, também no círculo de Lisboa.

Em termos globais, o Livre foi mais votado nas europeias, quando conquistou 60.575 votos: o melhor resultado do partido. Já nas legislativas conseguiu 57172 votos, o que lhe garantirá continuar a receber a totalidade da subvenção a que o partido tem direito, uma vez por ter mais de 50 mil votos tem direito à subvenção de 165 mil euros.