Os amanhãs que nunca cantaram

O russo Kantemir Balagov explora os pântanos morais do pós-Segunda Guerra Mundial numa Leninegrado invernal.

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Violeta: a capacidade de olhar a dor sem máscaras nem fachadas

É apropriado que Portugal tenha “redescoberto” em 2019 o estarrecedor Vem e Vê de Elem Klimov e que chegue ao final do ano com um outro olhar, diferente mas angustiante, sobre os custos da Segunda Guerra Mundial na União Soviética. Violeta passa-se em Leninegrado, nos primeiros meses após o fim da guerra, e centra-se num hospital que acolhe os muitos feridos e convalescentes da Grande Guerra Patriótica. Iya (Viktoria Miroshnichenko), a enfermeira conhecida por “magricela” que traz sempre um sorriso nos lábios, é também um desses convalescentes — sofre de ataques que a paralisam durante longos minutos, como se o mundo continuasse mas ela desaparecesse dele. Ou como se ela quisesse desaparecer dele.

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É apropriado que Portugal tenha “redescoberto” em 2019 o estarrecedor Vem e Vê de Elem Klimov e que chegue ao final do ano com um outro olhar, diferente mas angustiante, sobre os custos da Segunda Guerra Mundial na União Soviética. Violeta passa-se em Leninegrado, nos primeiros meses após o fim da guerra, e centra-se num hospital que acolhe os muitos feridos e convalescentes da Grande Guerra Patriótica. Iya (Viktoria Miroshnichenko), a enfermeira conhecida por “magricela” que traz sempre um sorriso nos lábios, é também um desses convalescentes — sofre de ataques que a paralisam durante longos minutos, como se o mundo continuasse mas ela desaparecesse dele. Ou como se ela quisesse desaparecer dele.