Pela segunda vez, uma mulher negra sobe ao pódio da Miss Universo

A modelo sul-africana Zozibini Tunzi, de 26 anos, defende que as meninas devem aprender sobre liderança.

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Zozibini Tunzi é a segunda mulher negra a vencer o concurso Miss Universo INSTAGRAM

A sul-africana Zozibini Tunzi foi coroada Miss Universo. A jovem de 26 anos diz que quer ser um exemplo para as meninas, a quem a sociedade deveria estar a ensinar sobre liderança. Em segundo e terceiro lugar ficaram a porto-riquenha Madison Anderson e a mexicana Sofia Aragon, respectivamente. Depois da angolana Leila Lopes, em 2011, esta foi a segunda vez que uma mulher negra subiu ao pódio desde o início do século.

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A sul-africana Zozibini Tunzi foi coroada Miss Universo. A jovem de 26 anos diz que quer ser um exemplo para as meninas, a quem a sociedade deveria estar a ensinar sobre liderança. Em segundo e terceiro lugar ficaram a porto-riquenha Madison Anderson e a mexicana Sofia Aragon, respectivamente. Depois da angolana Leila Lopes, em 2011, esta foi a segunda vez que uma mulher negra subiu ao pódio desde o início do século.

No entanto, desde que o concurso começou, em 1952, a primeira concorrente negra a vencê-lo foi em 1977, Janelle Comissiong, de Trinidad e Tobago. O feito repetiu-se com uma sua conterrânea também deste país caribenho em 1988, com Wendy Fitzwilliam. A primeira mulher negra de um país africano a vencer o concurso foi Mpule Kwelagobe, do Botswana, em 1999; seguida de Leila Lopes e agora de Zozibini Tunzi. Apesar de a África do Sul já ter conquistado o primeiro lugar noutras alturas, em 1978 e 2017, as vencedoras não eram negras.

“Cresci num mundo onde as mulheres que se parecem comigo, com o meu tipo de pele e de cabelo, nunca foram consideradas bonitas. Acho que é tempo disso acabar”, disse a modelo sul-africana em declarações à BBC. Mais de 90 mulheres de todo o mundo participaram no concurso que decorreu neste domingo, em Atlanta, EUA.

Alterações climáticas, protestos e redes sociais foram alguns temas sobre os quais as finalistas tiveram de dar a sua opinião. Na pergunta final de Zozibini Tunzi, sobre o que deveriam aprender as meninas nos dias de hoje, a modelo respondeu “liderança”. “É algo que tem estado em falta nas jovens e nas mulheres há muito tempo — não porque não queiramos, mas graças ao rótulo que a sociedade pôs na mulher”, argumentou.

Na sua página de Instagram, com mais de um milhão de seguidores, Zozibini Tunzi escreveu: “Esta noite abriu-se uma porta e eu não podia estar mais grata por ser quem passou por ela. Que todas as meninas que presenciaram este momento acreditem para sempre no poder dos sonhos e vejam os seus rostos reflectidos no meu.”

A primeira mulher negra a vencer a competição, neste século, foi Leila Lopes em 2011. A angolana congratulou Zozibini Tunzi, no seu Instagram. Oprah Winfrey também enviou os seus parabéns à sul-africana. “Concordo. Liderança é o que de mais poderoso podemos ensinar, hoje, às jovens mulheres”, escreveu no Twitter a apresentadora americana.

Ainda que o prémio exacto da Miss Universo não seja revelado, estima-se que a vencedora receba um ano de renda num apartamento em Nova Iorque e um salário de 100 mil dólares (cerca de 90.354 euros).

Zozibini Tunzi é descrita, pelo concurso Miss Universo, como embaixadora da beleza natural e uma activista empenhada na luta contra a violência de género. Durante o próximo ano, a sul-africana deverá viajar pelo mundo em campanha.

Os concursos de beleza têm sido altamente contestados nas redes sociais e a sua pertinência é questionada. Um utilizador do Twitter escreveu: “Um concurso de beleza que coloca as mulheres umas contra as outras é extremamente datado.”

Recentemente, a concorrente do Miss Mundo, Veronika Didusenko, processou a organização do concurso por ter sido desqualificada por ser mãe.