Rei Jesus e Deus Kanye

Um conflito insanável entre a humildade devota e a cegueira do egocentrismo.

Foto
A conversão de Kanye não se fez pelo caminho da humildade cristã RICH FURY/GETTY IMAGES FOR COACHELLA

“Sing to the power of the Lord”, canta o coro gospel, vozes aceleradas a conferir uma sensação de sofreguidão, não de fervor, à entrada no álbum da conversão de Kanye West, agora cristão renascido. Antecedido pelos Sunday Services que o músico vem liderando desde o início do ano, marcado pela polémica proximidade a Trump – boné “Make America Great Again” orgulhosamente divulgado nas redes sociais – e pelas bizarras declarações associadas – “a escravatura foi uma escolha”; a sério, Kanye? , Jesus is King foi anunciado, adiado, novamente anunciado para nova data e novamente adiado até à edição no final de Outubro. Seria o álbum da redenção, lançado em paralelo a um filme com o mesmo título que documenta a ressurreição espiritual de Kanye, o disco que o seu autor definiu como “uma manifestação do Evangelho”. “Sing to the power of the Lord”, apresenta-se então, com o Sunday Service Choir” acelerado na sua devoção – na verdade, tudo se passa muito rápido neste álbum de 11 temas compactados em menos de meia-hora.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Sing to the power of the Lord”, canta o coro gospel, vozes aceleradas a conferir uma sensação de sofreguidão, não de fervor, à entrada no álbum da conversão de Kanye West, agora cristão renascido. Antecedido pelos Sunday Services que o músico vem liderando desde o início do ano, marcado pela polémica proximidade a Trump – boné “Make America Great Again” orgulhosamente divulgado nas redes sociais – e pelas bizarras declarações associadas – “a escravatura foi uma escolha”; a sério, Kanye? , Jesus is King foi anunciado, adiado, novamente anunciado para nova data e novamente adiado até à edição no final de Outubro. Seria o álbum da redenção, lançado em paralelo a um filme com o mesmo título que documenta a ressurreição espiritual de Kanye, o disco que o seu autor definiu como “uma manifestação do Evangelho”. “Sing to the power of the Lord”, apresenta-se então, com o Sunday Service Choir” acelerado na sua devoção – na verdade, tudo se passa muito rápido neste álbum de 11 temas compactados em menos de meia-hora.