Jesus is King é o novo álbum de Kanye West e também traz um filme para o vermos renascido

Reflexo da nova condição de cristão que o músico abraçou, o disco lançado esta sexta-feira vem acompanhado de um filme rodado na Cratera Roden, criada pelo artista James Turrell. Em Portugal, está em exibição até domingo nos cinemas Nos Imax do Colombo, em Lisboa, do CascaiShopping, em Cascais, e do MarShopping, em Matosinhos.

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O "velho" Kanye West em 2015, actuando na cerimónia dos MTV Music Video Awards MARIO ANZUONI/reuters

O novo álbum, anunciado em Setembro, foi adiado nesse mês, depois anunciado para Outubro e finalmente lançado esta sexta-feira, depois de mais um adiamento de última hora “para uns retoques finais”. E com ele, um disco curto (11 canções disparadas em apenas 27 minutos) que a crítica começa agora a digerir, chega também um filme: Jesus is King, realizado pelo fotógrafo de moda Nick Knight, um testemunho das sessões Sunday Service mantidas semanalmente por West desde o início de 2019 em diversos locais nos Estados Unidos (Coachella foi uma das paragens), tem estreia mundial esta sexta-feira e estará em exibição até domingo nos Cinemas Nos Imax do Colombo, em Lisboa, do CascaiShopping, em Cascais, e do MarShopping, em Matosinhos. As sessões estão marcadas para as 21h (sexta-feira e sábado) e para as 16h (domingo) e os bilhetes custam sete euros.

O cenário é a Cratera Roden, que o celebrado artista James Turrell, visionário na abordagem da relação da luz com o espaço, adquiriu em 1979 e onde vem trabalhando desde então – nunca antes tinha sido aberta ao público. Ali Kanye West liderou os seus Sunday Services, sessões musicais, criadas à imagem de um cerimonial religioso, em que recriou canções que lhe são próximas e adaptou o seu repertório do passado a um tratamento próximo do gospel. Teve a acompanhá-lo, ao longo dos vários meses de sessões, o grupo coral The Samples, reunido propositadamente para as cerimónias, e convidados como Kid Cudi ou Francis and the Lights, entre muitos outros.

Reflexo de um despertar religioso de Kanye West, que agora se assume como cristão renascido, álbum e filme são descritos pelo autor de College Dropout como “uma manifestação dos Evangelhos”. Jesus is King, o seu novo álbum, é o sucessor de Ye e de Kids See Ghosts, ambos gravados em 2018, este último em parceria com Kid Cudi. E se ele nos mostra um novo Kanye West, totalmente devotado à palavra de Deus – terá doutrinado os colaboradores no seu novo álbum a manterem a castidade pré-marital , é certo que o velho Kanye West, controverso e megalómano, ainda não nos abandonou. Esta semana, entrevistado pelo radialista Zane Lowe no programa Apple Music Beats 1, classificou o seu apoio a Donald Trump como “uma partida de Deus a todos os liberais”. Depois, imaginou um futuro em que será ele mesmo Presidente do seu país, antes de se auto-avaliar, “inquestionavelmente, sem margem para dúvidas”, como “o maior artista humano de todos os tempos”.

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