Travancinha, uma aldeia a ver a Estrela e a sonhar com a floresta

Dezenas de pessoas, muitos deles habitantes desta aldeia de Seia, juntaram-se no fim-de-semana para discutir possibilidades de futuro, com a floresta no centro do debate.

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Rui Cardoso Ramos explicou a relação entre a floresta e os cogumelos Helena Flores

Rio poderia ter escolhido outro ramo para pousar. Liberto à sua sorte, num descampado, o pequeno macho de coruja-das-torres tinha o horizonte todo à sua frente, mas no crepúsculo do final daquele dia em que dezenas de pessoas se juntaram para discutir formas de viver melhor no interior serrano, com melhor floresta, a ave de dorso branco deu meia volta e pousou no pinheiro debaixo do qual as crianças o tinham baptizado, momentos antes. Desfeitas as superstições, ninguém, na aldeia de Travancinha, Seia, temerá a morte por o ouvir nestas noites de Outono. Até porque a morte, por aqui, rondou-os, ululante, sim, mas travestida de fogo, num outro dia, um 15 de Outubro de há dois anos, que ninguém esqueceu. 

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Rio poderia ter escolhido outro ramo para pousar. Liberto à sua sorte, num descampado, o pequeno macho de coruja-das-torres tinha o horizonte todo à sua frente, mas no crepúsculo do final daquele dia em que dezenas de pessoas se juntaram para discutir formas de viver melhor no interior serrano, com melhor floresta, a ave de dorso branco deu meia volta e pousou no pinheiro debaixo do qual as crianças o tinham baptizado, momentos antes. Desfeitas as superstições, ninguém, na aldeia de Travancinha, Seia, temerá a morte por o ouvir nestas noites de Outono. Até porque a morte, por aqui, rondou-os, ululante, sim, mas travestida de fogo, num outro dia, um 15 de Outubro de há dois anos, que ninguém esqueceu.