Jorge de Sena: o gigante indigesto da cultura portuguesa

Depois de Fernando Pessoa, não se vê uma figura intelectual portuguesa que possa verdadeiramente ombrear com Jorge de Sena. A assustadora dimensão da sua obra abarca todos os géneros da criação literária, somando-lhes um trabalho teórico e crítico do qual uma só alínea, como a do pessoano ou a do camonista, bastariam para compor uma carreira. Cem anos após o seu nascimento, e a mais de 40 da sua morte, este truculento e humaníssimo Minotauro das letras portuguesas continua por domar.

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Jorge de Sena nasceu há exactamente cem anos, no dia 2 de Novembro de 1919, e a julgar pela pouca visibilidade que até este momento têm tido as comemorações do seu centenário, se de comemorações se pode falar, é possível que o seu amigo Eduardo Lourenço se tenha precipitado quando, em Abril de 1968, profetizava na revista O Tempo e o Modo: “E os tempos estão próximos, ou já chegaram, em que o urso mal lambido das nossas letras receberá as flores tardias da admiração com salário dobrado”.

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Jorge de Sena nasceu há exactamente cem anos, no dia 2 de Novembro de 1919, e a julgar pela pouca visibilidade que até este momento têm tido as comemorações do seu centenário, se de comemorações se pode falar, é possível que o seu amigo Eduardo Lourenço se tenha precipitado quando, em Abril de 1968, profetizava na revista O Tempo e o Modo: “E os tempos estão próximos, ou já chegaram, em que o urso mal lambido das nossas letras receberá as flores tardias da admiração com salário dobrado”.