“Só falta começarem a partir-me os vidros das janelas”

O PÚBLICO entrevistou Harold Bloom em 2001, quando o crítico literário esteve em Portugal para participar no programa O Futuro do Futuro, promovido pela Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura. O autor de A Angústia da Influência (1973) e de O Cânone Ocidental (1994) morreu esta segunda-feira, aos 89 anos.

Foto
maRCO MAURÍCIO/ARQUIVO

Aos 71 anos, Harold Bloom, professor na Universidade de Yale, é possivelmente o crítico literário mais lido em todo o mundo. Alguns acrescentarão que é o melhor. Todos concordarão que é o mais polémico. Dos 24 livros que publicou, incluídos os dedicados a temas religiosos, o que melhor condensa as suas teses centrais em matéria de apreciação de obras literárias é A Ansiedade da Influência (1973), onde Bloom enumera os diversos modos pelos quais os melhores poetas — ou os mais “fortes”, na sua terminologia — lidam, nos respectivos textos, com a influência exercida por precursores igualmente fortes. Estratégias que vão da tentativa de encobrir a dívida até a uma perversa forma de absorção, através da qual os textos do poeta posterior nos devolvem o poeta anterior como se ele, na verdade, fosse o influenciado, e não o precursor. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Aos 71 anos, Harold Bloom, professor na Universidade de Yale, é possivelmente o crítico literário mais lido em todo o mundo. Alguns acrescentarão que é o melhor. Todos concordarão que é o mais polémico. Dos 24 livros que publicou, incluídos os dedicados a temas religiosos, o que melhor condensa as suas teses centrais em matéria de apreciação de obras literárias é A Ansiedade da Influência (1973), onde Bloom enumera os diversos modos pelos quais os melhores poetas — ou os mais “fortes”, na sua terminologia — lidam, nos respectivos textos, com a influência exercida por precursores igualmente fortes. Estratégias que vão da tentativa de encobrir a dívida até a uma perversa forma de absorção, através da qual os textos do poeta posterior nos devolvem o poeta anterior como se ele, na verdade, fosse o influenciado, e não o precursor.