Com Horváth a verdade já era volátil antes das fake news

De 10 a 20 de Outubro, uma distracção do chefe de estação será julgada no Teatro São Luiz, em Lisboa. O Dia do Juízo, de Horváth, é na encenação de Cristina Carvalhal uma peça focada na responsabilidade individual.

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Estelle Valente

Ainda mal nos pusemos confortáveis nas cadeiras e já a sra. Leimgruber (Cucha Carvalheiro), uma passageira que espera pelo comboio, informa o caixeiro viajante, menos habitual naquelas paragens: “o chefe da estação é um homem eficiente, educado, respeitador, trabalhador”. É ele quem “carrega as malas, despacha as embalagens, muda a agulhagem, vende os bilhetes, opera os sinais, o telefone, tudo sozinho”, a troco de “um salário miserável”. E é a mesma sra. Leimbruger, sempre pronta a encher a boca com a vida dos outros, quem nos dá a saber que Thomas Hudetz (Carlos Malvarez) é casado com uma mulher mais velha, dada à ciumeira, e é ela ainda que nos oferece o suficiente contexto para o acontecimento à volta do qual Ödön von Horváth escreveu O Dia do Juízo – de 10 a 20 de Outubro, no Teatro São Luiz, Lisboa, segundo a encenação de Cristina Carvalhal.

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Ainda mal nos pusemos confortáveis nas cadeiras e já a sra. Leimgruber (Cucha Carvalheiro), uma passageira que espera pelo comboio, informa o caixeiro viajante, menos habitual naquelas paragens: “o chefe da estação é um homem eficiente, educado, respeitador, trabalhador”. É ele quem “carrega as malas, despacha as embalagens, muda a agulhagem, vende os bilhetes, opera os sinais, o telefone, tudo sozinho”, a troco de “um salário miserável”. E é a mesma sra. Leimbruger, sempre pronta a encher a boca com a vida dos outros, quem nos dá a saber que Thomas Hudetz (Carlos Malvarez) é casado com uma mulher mais velha, dada à ciumeira, e é ela ainda que nos oferece o suficiente contexto para o acontecimento à volta do qual Ödön von Horváth escreveu O Dia do Juízo – de 10 a 20 de Outubro, no Teatro São Luiz, Lisboa, segundo a encenação de Cristina Carvalhal.