Jovem que sofria de bullying leva arma de fogo para escola “para se proteger”

O menor retirou, sem o conhecimento do pai, a arma de fogo do interior de um cofre onde supostamente estariam duas armas. A vítima já sofria bullying desde o início do ano lectivo por parte de um colega de 17 anos que foi constituído arguido.

Foto
PAULO PIMENTA/ARQUIVO

Um aluno “vítima de bullying” levou para uma escola situada na zona de Belém, em Lisboa, uma arma de fogo, que “foi roubada pelo agressor”, anunciou esta sexta-feira o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Um aluno “vítima de bullying” levou para uma escola situada na zona de Belém, em Lisboa, uma arma de fogo, que “foi roubada pelo agressor”, anunciou esta sexta-feira o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP.

“Após um aluno, vítima de bullying, ter levado para a escola que frequenta uma arma de fogo, pertença de seu pai, foi a mesma roubada pelo seu agressor, tendo este levado a arma para parte incerta. Na sequência de diligências junto da progenitora da vítima foi apurado que o menor teria, sem o seu conhecimento, retirado essa mesma arma de fogo do interior de um cofre pertencente ao seu pai, onde supostamente estariam duas armas”, refere o Cometlis, em comunicado.

Fonte policial explicou à agência Lusa que a vítima, de 14 anos, levou a arma de fogo para a escola em 20 de Setembro, dia em que o alegado agressor, de 17 anos, a roubou durante uma conversa. Contudo, a escola só soube desta situação na quinta-feira, 3 de Outubro, quando, após mais um episódio de agressões, o ofendido contou aos responsáveis da escola que “já sofria bullying desde o início do ano lectivo” e que por isso tinha levado a arma para o estabelecimento de ensino “para se proteger”.

A mesma fonte acrescentou que o suspeito de 17 anos foi constituído arguido e que foram identificados mais quatro alunos, três dos quais suspeitos de fazerem parte do grupo que cometia o bullying sobre a vítima.

No comunicado, o Cometlis indica que no decorrer de diligências realizadas posteriormente “não foi possível apurar o paradeiro da arma” que havia sido roubada ao menor, “tendo sido constituído arguido o principal suspeito dos factos”. Segundo o Cometlis, as armas do pai da vítima “estariam em situação ilegal”.

Durante uma busca domiciliária foi ainda apreendido um revólver, 40 munições de calibre de 6.35 milímetros (mm), 42 munições de 22 mm e 12 cartuchos de 12 mm. A PSP dá conta de que vai continuar a investigação.

“No âmbito do programa Escola Segura, salienta-se a estreita parceria com as direcções dos estabelecimentos de ensino, progenitores e encarregados de educação e próprios menores que, em consonância de esforços, resultam em acções desta natureza daqui prevenindo-se os riscos associados a condutas reprováveis”, pode ainda ler-se no comunicado do Cometlis.