Selecções nacionais

Foto
ESTELA SILVA / LUSA

“Que outros se vangloriem das páginas que escreveram; / a mim, orgulham-me as que li.” São os dois primeiros versos de “Um Leitor”, poema que Borges recolheu em Elogio da Sombra, título que tem a doçura de me trazer à memória outro autor amado: Tanizaki. Quando este Verão chegar ao fim, já poderei orgulhar-me de ter lido Petersburgo – com calma e prazer, coisas que raramente andam juntas, e que só alcanço quando desobrigado de escrever sobre o que leio, como na infância e na adolescência. Foi Nabokov quem há muitos anos me havia recomendado as páginas de Andrei Béli e desde 2010 (quando a Relógio D’Água publicou uma tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra) que eu sentia uma secreta vergonha íntima e culposa por adiar sucessivamente a leitura do romance. Há outros livros – e vejo daqui as lombadas de alguns, enquanto escrevo – que acotovelam a minha má consciência, mas, avaliando pelo prazer imenso da leitura do russo, a minha vida de leitor pode reservar-me ainda muitas alegrias.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Que outros se vangloriem das páginas que escreveram; / a mim, orgulham-me as que li.” São os dois primeiros versos de “Um Leitor”, poema que Borges recolheu em Elogio da Sombra, título que tem a doçura de me trazer à memória outro autor amado: Tanizaki. Quando este Verão chegar ao fim, já poderei orgulhar-me de ter lido Petersburgo – com calma e prazer, coisas que raramente andam juntas, e que só alcanço quando desobrigado de escrever sobre o que leio, como na infância e na adolescência. Foi Nabokov quem há muitos anos me havia recomendado as páginas de Andrei Béli e desde 2010 (quando a Relógio D’Água publicou uma tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra) que eu sentia uma secreta vergonha íntima e culposa por adiar sucessivamente a leitura do romance. Há outros livros – e vejo daqui as lombadas de alguns, enquanto escrevo – que acotovelam a minha má consciência, mas, avaliando pelo prazer imenso da leitura do russo, a minha vida de leitor pode reservar-me ainda muitas alegrias.