São Jacinto pode ser uma das primeiras áreas naturais a avançar para a co-gestão

O município de Aveiro prepara-se para formalizar a sua participação na gestão da área protegida situada no seu território, ao abrigo do diploma recentemente aprovado pelo governo.

Foto
A Reserva de São Jacinto foi agora alvo de novos investimentos para facilitar a visitação Adriano Miranda

Poucos dias depois de ter sido publicado o diploma que define o modelo de co-gestão das áreas protegidas, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, perspectivou que um dos primeiros exemplos práticos da nova lei seja protagonizado pela Reserva Natural das Dunas de São Jacinto. Durante a inauguração dos novos centros interpretativo e de acolhimento desta área protegida do município de Aveiro, o governante fez, ainda, questão de assegurar que o novo modelo “não tira uma competência ao ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas)”. Ribau Esteves, líder da autarquia aveirense, confirmou o bom andamento do processo negocial, anunciando que, em Setembro, Aveiro formalizará a entrada na gestão da reserva natural.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Poucos dias depois de ter sido publicado o diploma que define o modelo de co-gestão das áreas protegidas, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, perspectivou que um dos primeiros exemplos práticos da nova lei seja protagonizado pela Reserva Natural das Dunas de São Jacinto. Durante a inauguração dos novos centros interpretativo e de acolhimento desta área protegida do município de Aveiro, o governante fez, ainda, questão de assegurar que o novo modelo “não tira uma competência ao ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas)”. Ribau Esteves, líder da autarquia aveirense, confirmou o bom andamento do processo negocial, anunciando que, em Setembro, Aveiro formalizará a entrada na gestão da reserva natural.

“Seria para nós uma alegria muito grande que o primeiro conselho de co-gestão a instalar-se no país fosse o da Reserva Natural de São Jacinto”, declarou Matos Fernandes, destacando, além do empenho da autarquia, a “relevância” das organizações não-governamentais de ambiente que existem naquele espaço e o “papel nuclear” da Universidade de Aveiro nos cursos da área do Ambiente. “Há aqui, de facto, um caldo de cultura, de saber, de experiência de trabalhar em conjunto, do qual todos beneficiaremos”, realçou, ainda, o governante.

O presidente da câmara de Aveiro garante que o processo “já está em muito bom caminho”, com a perspectiva de o acordo com o ICNF ficar fechado “muito proximamente”. “Nas reuniões de câmara e de assembleia municipal de Setembro vamos dizer ‘sim’ a iniciarmos a gestão desta reserva no quadro do novo diploma, publicado no passado dia 21 de Agosto”, especificou Ribau Esteves, em declarações aos jornalistas no final da inauguração dos novos espaços de usufruto público da reserva de São Jacinto.

Novo observatório de aves

A empreitada, iniciada em Janeiro de 2017, custou quase um milhão de euros e esteve a cargo da Polis Litoral Ria de Aveiro. Contemplou a remodelação do edifício de entrada e do centro de acolhimento (que servirá para abrigo de estadias com capacidade para 20 pessoas), a construção de um centro interpretativo (com auditório, bar com área de esplanada e um espaço expositivo) e ainda a beneficiação dos espaços exteriores. A obra integrou ainda a melhoria de acessibilidade do percurso existente, numa extensão de aproximadamente 2,2 quilómetros, e a construção de um observatório de aves.

A intervenção vem, assim, tornar a área natural mais atractiva para quem a visita. Para trás ficam vários episódios e anos de avanços e recuos, segundo recordou o presidente da autarquia aveirense. “Foi uma obra muito difícil”, notou, lembrando que a intervenção acabou por ser vítima do corte de investimentos ditado pela troika. “Continuámos a lutar pela obra e conseguimos concretizá-la, já sem fundos comunitários, porque o novo quadro, ao contrário do anterior não tem financiamento para este tipo de operações”, acrescentou Ribau Esteves, a propósito da obra agora inaugurada e suportada apenas pelo capital social da Polis Litoral Ria de Aveiro.