Bolsonaro diz que incêndios “existem em todo o mundo” e não podem “servir de pretexto” para sanções

“Somos um Governo de tolerância zero com a criminalidade, e na ambiental não será excepção”, disse o Presidente brasileiro.

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Reuters/ADRIANO MACHADO

O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro dirigiu-se ao país na noite de sexta-feira para reiterar a promessa de mobilizar meios militares para combater os incêndios na Amazónia e para recusar a aplicação de sanções internacionais ao Brasil por causa da gestão da crise ambiental.

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O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro dirigiu-se ao país na noite de sexta-feira para reiterar a promessa de mobilizar meios militares para combater os incêndios na Amazónia e para recusar a aplicação de sanções internacionais ao Brasil por causa da gestão da crise ambiental.

“Incêndios florestais existem em todo o mundo e isso não pode servir de pretexto para possíveis sanções internacionais. O Brasil continuará sendo, como foi até hoje, um país amigo de todos e responsável pela protecção da sua floresta amazónica”, disse Bolsonaro numa comunicação previamente gravada.

O Presidente brasileiro reagia assim à ameaça de franceses, irlandeses e finlandeses, que defendem que a desflorestação da Amazónia deve ter consequências para Brasília, ameaçando bloquear o acordo comercial “histórico” entre a União Europeia e o Mercosul e impor um boicote a produtos agrícolas brasileiros, nomeadamente a carne. 

Apesar de atribuir o aumento do número de incêndios na região amazónica a fenómenos meteorológicos, o chefe de Estado brasileiro admitiu que parte dos sinistros pode ter mão criminosa, e prometeu “tolerância zero”.

“Somos um Governo de tolerância zero com a criminalidade, e na ambiental não será excepção”, disse Bolsonaro, que nos últimos dias sugeriu que foram as próprias organizações não-governamentais de defesa da floresta a atear os incêndios para lesar a imagem do executivo.

Ao mesmo tempo que a declaração era difundida na televisão, registavam-se protestos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre, com milhares de habitantes a bater tachos à janela de suas casas, refere o jornal Folha de São Paulo.