Ministério Público foi incapaz de localizar gémeas em 2017 para as proteger

As duas meninas de 10 anos sinalizadas em 2013 por conviverem com situações de violência física e psicológica entre os pais só agora foram retiradas à família. Em 2017, diz a PGR, “não foi possível” localizar a família. Ao longo de seis anos nunca ninguém notou que não iam à escola.

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Local onde dormiam as crianças, numa garagem sem condições na Amadora, até serem retiradas aos pais Nuno Ferreira Santos

O Ministério Público (MP) não chegou a abrir, em 2017, um processo judicial de protecção das duas meninas gémeas, hoje com 10 anos, retiradas aos pais na semana passada. As irmãs foram por três vezes sinalizadas como estando em situação de perigo: em 2013, pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Amadora; de novo em 2016, tendo a CPCJ encaminhado o caso, em Março do ano seguinte, para o MP do Tribunal de Família e Menores da Amadora; e agora em Julho de 2019, quando foi finalmente aberto um processo, os pais foram detidos e presentes a um juiz e as crianças acolhidas numa instituição. 

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O Ministério Público (MP) não chegou a abrir, em 2017, um processo judicial de protecção das duas meninas gémeas, hoje com 10 anos, retiradas aos pais na semana passada. As irmãs foram por três vezes sinalizadas como estando em situação de perigo: em 2013, pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) da Amadora; de novo em 2016, tendo a CPCJ encaminhado o caso, em Março do ano seguinte, para o MP do Tribunal de Família e Menores da Amadora; e agora em Julho de 2019, quando foi finalmente aberto um processo, os pais foram detidos e presentes a um juiz e as crianças acolhidas numa instituição.