Ignácio de Loyola Brandão: o relato do caos

Um romance ímpar na língua portuguesa: uma distopia, que nada fica a dever aos clássicos do género, que parte da realidade actual do Brasil e a projecta num futuro incerto.

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Pouco divulgado em Portugal, Ignácio de Loyola Brandão é um dos grandes autores brasileiros vivos

Pouco divulgado em Portugal – apesar de ter alguns romances por cá publicados – Ignácio de Loyola Brandão (n. 1936) é um dos grandes autores brasileiros vivos; foi há alguns anos eleito para a Academia Brasileira de Letras. Depois de doze anos sem publicar, regressou com um romance com um título incomum: Desta Terra Nada Vai Sobrar, a Não Ser o Vento Que Sopra Sobre Ela – que são dois versos de um poema de Bertolt Brecht. Este livro vem completar a trilogia distópica (já lá iremos) iniciada com Zero (1974) – publicado primeiro em Itália e um ano depois no Brasil, para logo ser proibido pela ditadura – e que continuou com Não Verás País Nenhum (1981; tem edição portuguesa na Ulisseia, 2011). O primeiro romance desta trilogia, contou-o o autor numa entrevista, foi composto a partir de notícias não publicadas porque censuradas pela ditadura, e que o romancista, então também jornalista, guardava numa gaveta; um dia deu-lhes outra forma.

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Pouco divulgado em Portugal – apesar de ter alguns romances por cá publicados – Ignácio de Loyola Brandão (n. 1936) é um dos grandes autores brasileiros vivos; foi há alguns anos eleito para a Academia Brasileira de Letras. Depois de doze anos sem publicar, regressou com um romance com um título incomum: Desta Terra Nada Vai Sobrar, a Não Ser o Vento Que Sopra Sobre Ela – que são dois versos de um poema de Bertolt Brecht. Este livro vem completar a trilogia distópica (já lá iremos) iniciada com Zero (1974) – publicado primeiro em Itália e um ano depois no Brasil, para logo ser proibido pela ditadura – e que continuou com Não Verás País Nenhum (1981; tem edição portuguesa na Ulisseia, 2011). O primeiro romance desta trilogia, contou-o o autor numa entrevista, foi composto a partir de notícias não publicadas porque censuradas pela ditadura, e que o romancista, então também jornalista, guardava numa gaveta; um dia deu-lhes outra forma.