“Tenho de me aguentar”, diz Vasco Lourenço, que caiu e está internado

O “capitão de Abril” será operado nesta quinta-feira no Hospital de São José.

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Vasco Lourenço sofreu duas fracturas Daniel Rocha

“Vou ter de me aguentar, espero que a operação corra bem”, disse na tarde desta quarta-feira, ao PÚBLICO, o coronel Vasco Lourenço que na quinta-feira será operado no Hospital de São José, em Lisboa, à fractura do cotovelo e do colo do fémur direitos, após uma queda no seu domicílio.

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“Vou ter de me aguentar, espero que a operação corra bem”, disse na tarde desta quarta-feira, ao PÚBLICO, o coronel Vasco Lourenço que na quinta-feira será operado no Hospital de São José, em Lisboa, à fractura do cotovelo e do colo do fémur direitos, após uma queda no seu domicílio.

“Tropecei em casa, fui de ambulância para o hospital, não sei se a operação é complexa”, prosseguiu o “capitão de Abril”, de 77 anos. 

Aprígio Ramalho, vice-presidente da Associação 25 de Abril, também contou ao PÚBLICO que a queda aconteceu ao princípio da tarde desta terça-feira quando Vasco Lourenço fazia arrumações. Apesar da cirurgia marcada para quinta-feira, o coronel Aprígio Ramalho revelou que tudo indica que o “capitão de Abril” está fora de perigo. É a segunda fractura que Vasco Lourenço sofre no colo do fémur. 

Já em 2014, Vasco Lourenço sofreu uma indisposição na Associação 25 de Abril, à qual preside, durante um almoço-debate em que o convidado era o antigo bispo das Forças Armadas D. Januário Torgal Ferreira. Socorrido pelo INEM, após desmaio, foi conduzido para o Hospital de São José para observação, tendo dias depois regressado a casa. 

Vasco Lourenço foi um dos capitães protagonistas do 25 de Abril, e à data da Revolução dos Cravos encontrava-se confinado aos Açores a cumprir castigo imposto pela hierarquia militar da ditadura. Regressado a Lisboa, foi figura de proa do Movimento dos Capitães, tendo sido um dos subscritores do Documento dos Nove, sector liderado por Melo Antunes e que se opôs à esquerda militar.

Tem sido o principal dinamizador da Associação 25 de Abril e, durante a vigência do anterior Governo, de Pedro Passos Coelho, protagonizou o boicote dos militares às cerimónias oficiais do 25 de Abril no Parlamento por discordar com não lhe ser dada a palavra naquele acto, em que pretendia criticar a política do executivo. Um ano depois, de nada valeu a iniciativa da então presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, para recuperar as pontes com a Associação 25 de Abril. A segunda figura do Estado chegou a visitar a sede da associação, mas não desbloqueou a situação.