Domino’s faz stock de polpa de tomate portuguesa para enfrentar “Brexit”

Os importadores britânicos de bens perecíveis sentem-se mais ameaçados por uma saída da União Europeia sem acordo. Para não sofrer possíveis falhas no stock, a cadeia Domino’s Pizza abasteceu-se de polpa de tomate, frango congelado e ananás.

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O logótipo da cadeia Domino's Pizza Lucy Nicholson/REUTERS

A cadeia de restaurantes de piza Domino’s gastou sete milhões de libras (cerca de 7,61 milhões de euros ao câmbio actual) no armazenamento de ingredientes utilizados nas suas pizas – incluindo a polpa de tomate que é importada de Portugal – como salvaguarda no caso de haver um “Brexit” sem acordo. No caso de uma saída sem acordo, que perturbe o livre comércio existente entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), a normal distribuição dos ingredientes que transitam entre o continente europeu e as ilhas britânicas poderá ser afectada. A notícia é avançada nesta terça-feira pelo jornal britânico The Guardian.

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A cadeia de restaurantes de piza Domino’s gastou sete milhões de libras (cerca de 7,61 milhões de euros ao câmbio actual) no armazenamento de ingredientes utilizados nas suas pizas – incluindo a polpa de tomate que é importada de Portugal – como salvaguarda no caso de haver um “Brexit” sem acordo. No caso de uma saída sem acordo, que perturbe o livre comércio existente entre o Reino Unido e a União Europeia (UE), a normal distribuição dos ingredientes que transitam entre o continente europeu e as ilhas britânicas poderá ser afectada. A notícia é avançada nesta terça-feira pelo jornal britânico The Guardian.

A empresa de produção e entrega de pizas ao domicílio admite que a possibilidade de falhas no stock aumentou nos últimos meses, com a possibilidade de haver um “Brexit” sem acordo. Ainda que a farinha e o queijo utilizados nas pizas da marca sejam comprados no Reino Unido, a polpa de tomate, utilizado como ingrediente base, é comprada a produtores portugueses, adianta o jornal. E há outros ingredientes importados (que foram também adicionados a este recente armazenamento extraordinário), como frango congelado, atum e ananás.

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Uma piza da Domino's Lucy Nicholson/REUTERS

Os importadores britânicos de bens perecíveis sentem-se particularmente ameaçados por um “Brexit” sem acordo, já que passa a existir uma maior possibilidade de atrasos nas fronteiras - tempo de espera que pode prejudicar os produtos, nalguns casos de forma irremediável. Ao Guardian, a Domino's afirma que a esta situação pode ser adicionada uma maior “volatilidade” nas trocas comerciais com o exterior, o que “pode aumentar os custos alimentares”, e consequentemente, tornar os preços mais altos. 

Quando foi conduzido à liderança do Governo britânico, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson prometeu que a saída da União Europeia seria uma realidade – com ou sem acordo. “Nós vamos cumprir as promessas repetidas pelo Parlamento às pessoas e sair da UE a 31 de Outubro, sem ‘ses’ nem ‘mas’”, afiançou.

A cadeia Domino’s tem origem nos Estados Unidos e abriu o seu primeiro estabelecimento no Reino Unido no ano de 1985, em Luton, perto de Londres. Apesar do sucesso em solo britânico, a empresa enfrenta agora a competição de outras plataformas de entrega de comida (como a Uber Eats), alguns problemas com as franchises europeias e atravessa também uma mudança na sua liderança: o director-executivo David Wild deverá ser substituído ainda este ano. As vendas na Europa caíram 3,4% no primeiro semestre de 2019, em relação ao período homólogo.

Com um investimento de arranque de actividade de 2,6 milhões de euros, a Domino’s entrou em Portugal em 2015, noticiou então o Dinheiro Vivo. O master franchise da marca em Portugal é a Daufood. Segundo os últimos dados da empresa citados na imprensa, a Domino’s conta hoje com cerca de 20 lojas e uma equipa de mais de 700 colaboradores em território português.