Tréguas: China e EUA reabrem negociações para acabar com guerra comercial

Trump diz que a reunião com Xi Jinping, à margem da cimeira do G20, correu “muito bem” e que as negociações “estão de volta ao caminho certo”. Huawei já pode voltar aos negócios com empresas norte-americanas, mas só na compra de equipamentos.

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Xi Jinping e Donald Trump reuniram-se à margem da cimeira do G20 em Osaka, no Japão Reuters/KEVIN LAMARQUE

Os Presidentes da China e dos Estados Unidos concordaram este sábado em relançar as negociações económicas e comerciais para travar a guerra de tarifas entre as duas maiores potências mundiais. E Donald Trump abriu a porta a negócios entre as tecnológicas americanas e a gigante chinesa Huawei, embora com limitações.

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Os Presidentes da China e dos Estados Unidos concordaram este sábado em relançar as negociações económicas e comerciais para travar a guerra de tarifas entre as duas maiores potências mundiais. E Donald Trump abriu a porta a negócios entre as tecnológicas americanas e a gigante chinesa Huawei, embora com limitações.

Segundo a agência de notícias oficial chinesa, a Xinhua, os EUA comprometeram-se a trabalhar com base na igualdade e no respeito mútuo, a não imporem novas tarifas às exportações chinesas, depois do fim abrupto das negociações em Maio, em plena guerra comercial entre os dois países.

Xi Jinping e Donald Trump reuniram-se à margem da cimeira do G20 em Osaka, no Japão, onde se encontram os líderes das maiores economias mundiais, durante a qual o conflito comercial entre os dois países, que dura há quase um ano, tem sido um tema incontornável.

O Presidente dos Estados Unidos afirmou que a reunião de 80 minutos entre os dois correra “muito bem” e que as negociações “estão de volta ao caminho certo”.

Os EUA não vão aumentar as barreiras às importações chinesas e a China vai comprar produtos agrícolas, afirmou o Presidente norte-americano. “Vamo-nos conter nas tarifas e eles vão comprar produtos agrícolas”, disse Trump numa conferência de imprensa.

Antes da reunião, Xi disse que, apesar das grandes mudanças que ocorreram na situação internacional e nas relações entre Pequim e Washington, durante os últimos 40 anos há “um factor básico que permanece inalterado: a China e os EUA beneficiam da cooperação e perdem no confronto”.

“A cooperação e o diálogo são melhores do que atritos e confrontos”, disse Xi a Trump.

Num longo comunicado emitido depois da reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China afirmou que os EUA não vão aplicar novas tarifas às exportações chinesas e acrescentou que negociadores de ambos os países vão discutir assuntos específicos, sem revelar quais. Já Trump sublinhou que o Presidente chinês prometeu comprar uma “enorme” quantidade de bens agrícolas.

“Vamos dar-lhes uma lista de coisas que gostávamos que eles comprassem”, disse, sem detalhar. Em paralelo, o Presidente norte-americano “libertou” as empresas dos EUA do bloqueio que havia decretado nos negócios com a empresa tecnológica chinesa Huawei. Mas apenas no fornecimento de equipamentos e outro material.

“As empresas americanas podem vender os seus equipamentos à Huawei, uma área onde não há grandes problemas de segurança nacional”, explicou. Uma revelação que foi imediatamente saudada de forma oficial pela própria empresa, na sua conta de Twitter. No entanto, a Huawei vai continuar na lista negra do Departamento do Comércio dos EUA, por razões de segurança nacional, relacionadas com suspeitas de utilização irregular de dados e apropriação indevida de propriedade intelectual.

Numa disputa que dura há quase um ano, e que envolve, entre outros negócios, a Huawei, EUA e China aplicaram tarifas de milhares de milhões de dólares às importações dos dois países, afectando o comércio internacional e o crescimento económico global. As negociações haviam sido reatadas há alguns meses, mas colapsaram há seis semanas entre acusações mútuas e nova vaga de tarifas entre as duas economias.

Os mercados financeiros devem responder positivamente às tréguas, mas com cautela. “O regresso das negociações é uma boa notícia para a comunidade de negócios e introduz alguma certeza, bem necessária, numa relação que se estava a deteriorar lentamente”, afirmou à Reuters Jacob Parker, vice-presidente do Conselho Comercial EUA-China. Mas “agora vem o trabalho difícil de encontrar consenso nos assuntos mais difíceis da relação”.

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