Apple Pay chega a Portugal e acelera “revolução” nos meios de pagamento

Nova solução vem concorrer com os meios de pagamento da banca tradicional, incluindo com o MB Way.

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Pagar com o relógio vai ser cada vez mais comum Reuters/Issei Kato

Chegar ao supermercado ou a uma loja e fazer o pagamento com uma simples aproximação de um relógio ou de um telemóvel vai ser cada vez mais comum com a chegada a Portugal do Apple Pay, solução de pagamento que pode ser usada nos iPhones, Apple Watch, iPads e computadores Mac. A partir desta quarta-feira, essa possibilidade está aberta a clientes da Mastercard com contas no Crédito Agrícola ou nos bancos digitais Revolut, N26 e Monese, e ainda para clientes da Visa com um cartão Revolut.

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Chegar ao supermercado ou a uma loja e fazer o pagamento com uma simples aproximação de um relógio ou de um telemóvel vai ser cada vez mais comum com a chegada a Portugal do Apple Pay, solução de pagamento que pode ser usada nos iPhones, Apple Watch, iPads e computadores Mac. A partir desta quarta-feira, essa possibilidade está aberta a clientes da Mastercard com contas no Crédito Agrícola ou nos bancos digitais Revolut, N26 e Monese, e ainda para clientes da Visa com um cartão Revolut.

O sistema da Apple concorre directamente com os serviços de pagamento da banca tradicional, incluindo a aplicação MB Way, e representa mais um passo da banca instantânea e de liberalização dos meios de pagamento.

Os utilizadores do sistema da Apple Pay não terão custos nas operações de pagamento (normalmente suportados pelos clientes), como acontece nos pagamentos com MB Way. Na aplicação desenvolvida pela SIBS, gestora da rede Multibanco, para os bancos nacionais, apenas as transferências de dinheiro são pagas. Na prática, é como se estivessem a pagar com cartões de débito e de crédito, só que de uma forma muito mais cómoda.

Exemplo da “revolução” que está curso, alguns pagamentos com cartão de crédito têm custos, como comissão no abastecimento de gasolina, mas também aqui começam a aparecer soluções inovadoras e gratuitas, como a que vai ser apresentada esta quinta-feira, pela Prio, desenvolvida em parceria com várias empresas, incluindo a tecnológica portugueses Easypay. Trata-se de uma aplicação para iPhones e sistema operativo Android, que permite o pagamento de abastecimento de combustível sem sair do carro. Só o abastecimento é que continua a ser manual.

O Apple Pay está disponível para os equipamentos da Apple (IOS), mas não deverá demorar muitos a surgirem soluções para equipamentos com o sistema Android. À semelhança do Crédito Agrícola, clientes de outros bancos poderão passar a ter acesso à nova ferramenta, já que os principais interlocutores são a Visa e a Mastercard.

Sebastião Lencaster, co-fundador da Easypay, disse ao PÚBLICO que o Apple Pay, ou o Prio Go, são apenas alguns exemplos das “revoluções tecnológicas” quer estão em curso, que tornam os serviços bancários cada vez mais pulverizados e descartáveis. Ou seja, são utilizados em função das necessidades e custos”.

O primeiro anúncio de disponibilização do Apple Pay em Portugal foi feito pela Caixa Agrícola, para cliente com cartões Mastercard, e esta quarta-feira foi a vez do Revolut, que disponibiliza vários serviços financeiros online sem custos ou a preços mais baixos face à banca tradicional. O suporte criado e há vários anos utilizados pelo gigante norte-americano foi disponibilizado para os clientes do Revolut em Portugal e em mais 11 países europeus: Bulgária, Croácia, Chipre, Estónia, Grécia, Letónia, Lituânia, Malta, Roménia, Eslováquia e Eslovénia.

Os pagamentos com o Apple Pay, segundo um comunicado do Revolut, “são mais rápidos do que pagamentos com cartões tradicionais de débito e crédito ou outros métodos de pagamento e podem ser feitos sem contacto via iPhone, Apple Watch ou Safari no MacBook Pro ou MacBook Air com Touch ID, eliminando a necessidade de procurar uma carteira”.

As operações podem ser autenticadas através dos sistemas biométricos presentes nos dispositivos da Apple, como o reconhecimento facial (face ID) e o leitor de impressões digitais (touch ID). Para além disso, pode ser usada a palavra-passe ou pin dos equipamentos. Para aderir ao serviço, é preciso ter um aparelho compatível da marca. Tirando o iPhone 5s, a maioria dos equipamentos da Apple funciona com tecnologia de reconhecimento facial ou leitor de impressões digitais. As actualizações do sistema têm de estar em dia, é preciso um cartão de crédito ou débito num dos serviços parceiros, bem como uma conta no iCloud, que é o sistema de armazenamento “em nuvem” da Apple.

A Visa também veio anunciar que os titulares de cartões de débito ou de crédito da marca em Portugal vão poder usar o Apple Pay no seguimento da expansão do serviço em 13 países europeus. A funcionalidade passou a estar disponível no banco digital Revolut e em mais bancos na União Europeia, tal como o N26 e o Monese. Com Karla Pequenino