Fóssil de ave três vezes maior do que uma avestruz descoberto na Crimeia

O animal pesaria cerca de 450 quilos e seria três vezes maior do que a maior ave viva, a avestruz, e quase tão grande como um urso polar adulto.

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Um fóssil de uma ave três vezes maior do que uma avestruz foi descoberto numa gruta da Crimeia, sugerindo que os primeiros europeus conviveram com uma das maiores aves conhecidas.

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Um fóssil de uma ave três vezes maior do que uma avestruz foi descoberto numa gruta da Crimeia, sugerindo que os primeiros europeus conviveram com uma das maiores aves conhecidas.

A descoberta é relatada esta quinta-feira na revista científica Journal of Vertebrate Paleontology, na qual se diz que até agora se pensava que aves tão grandes só tinham existido nas ilhas de Madagáscar e da Nova Zelândia.

A espécie agora descoberta numa gruta de Táurida, na costa do mar Negro, remete para uma ave tão grande como a ave-elefante de Madagáscar ou o moa da Nova Zelândia.

“Quando senti pela primeira vez o peso da ave cujo osso da coxa eu segurava na mão pensei que devia ser um fóssil de uma ave-elefante malgaxe, porque nenhuma ave desse tamanho tinha sido alguma vez encontrada na Europa. No entanto, a estrutura do osso contou uma história diferente”, disse o autor principal da descoberta agora relatada, Nikita Zelenkov, da Academia Russa de Ciências.

Ressalvando que ainda não há dados suficientes para dizer se a ave se relaciona com as avestruzes ou não, o investigador estimou que pesaria cerca de 450 quilos, quase o dobro do maior moa, três vezes maior que a maior ave viva, a avestruz, e quase tão grande como um urso polar adulto.

Esta é a primeira vez que uma ave assim tão grande, atribuída à espécie Pachystruthio dmanisensis, é relatada em qualquer lugar do hemisfério Norte. Teria pelo menos 3,5 metros de altura e não voava.

Os investigadores notam ainda que devia ser uma melhor corredora do que a ave-elefante, devido ao fémur relativamente longo e fino.

Outros fósseis encontrados ao lado da ave ajudam a avançar que tenha vivido num período entre 1,5 a dois milhões de anos atrás.

A rede de grutas de Táurida só foi descoberta no Verão passado, quando estava a ser construída uma nova auto-estrada. No ano passado foram desenterrados restos de mamutes e pode haver muitas mais informações no local sobre o passado distante da Europa, disse ainda Zelenkov.