Sobe para 16 o número de mulheres mortas por violência doméstica em 2019

No caso revelado esta terça-feira, a vítima era companheira do suspeito e tinha 42 anos. Estava desempregada já tinha denunciado pelo menos dois episódios de agressões às autoridades policiais. O suspeito já tinha sido detido uma vez.

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Miguel Manso / PUBLICO

O número de mulheres mortas desde o início do ano em contexto de violência doméstica subiu para 16, segundo a contabilidade feita pelo PÚBLICO com base nas notícias publicadas sobre este assunto. O número exclui um homem e uma criança que morreram igualmente vítimas de violência doméstica em 2019.

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O número de mulheres mortas desde o início do ano em contexto de violência doméstica subiu para 16, segundo a contabilidade feita pelo PÚBLICO com base nas notícias publicadas sobre este assunto. O número exclui um homem e uma criança que morreram igualmente vítimas de violência doméstica em 2019.

No último caso conhecido, a vítima é uma mulher de 42 anos, desempregada, residente na freguesia da Penha de França, em Lisboa, que já tinha denunciado pelo menos dois episódios de agressão às autoridades policiais.

O caso foi divulgado esta terça-feira através de um comunicado do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP que dá conta que, na passada quinta-feira, foi detido um homem de 44 anos “suspeito da prática reiterada de crime de violência doméstica nos últimos dias”. A nota dá conta de que a violência exercida sobre a companheira culminou “com a morte da vítima”.

Uma fonte das relações públicas do comando metropolitano explicou ao PÚBLICO que, por volta das 14h de quinta-feira, o casal teve uma discussão presenciada pelo filho de 15 anos. Já a troca acesa de palavras terminara quando o suspeito pediu ao filho para ir às compras. Cerca de uma hora mais tarde, telefonou ao filho pedindo-lhe para regressar a casa, porque a mãe estava caída no chão, inanimada.

Entretanto foram accionados os meios de emergência que tentaram socorrer a mulher, sem sucesso. Já estava morta. Foram os hematomas e as escoriações que levaram a equipa de socorro a alertar a polícia. Quando viu as autoridades chegar, relata a mesma fonte policial, o suspeito terá dito repetidamente que tinha feito “asneira”.

“As agressões por parte do suspeito acontecem, pelo menos, desde 2017, havendo episódios praticados na presença do filho de ambos”, refere o comunicado da PSP. Em Abril de 2017, o homem, pintor da construção civil, já tinha sido detido por aquela polícia. Foi presente a primeiro interrogatório judicial, mas voltou a casa. Desta vez, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa determinou a sua prisão preventiva.