Eduardo Jorge regressa a casa. “O que começou tinha de acabar”

Eduardo, tetraplégico, dá a cara pelo direito à vida independente — organizou uma marcha de 180 quilómetros em cadeira de rodas, dormiu ao relento e fez greves de fome. Viveu quatro anos num lar por não conseguir pagar a um cuidador. Agora, volta a casa graças a um projecto-piloto, mas com fim anunciado.

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Rui Gaudêncio

Numa tarde do início de Junho, Eduardo Jorge saiu do emprego num lar na Carregueira, perto de Abrantes, e foi beber um copo com alguns amigos a um bar com vista para o rio Tejo. Pode parecer uma actividade banal, mas para Eduardo, tetraplégico e activista pelo direito à vida independente, é algo que assinala uma mudança radical na sua vida: deixou de viver no lar onde também trabalha — é director técnico do centro de dia — e regressou a casa, na Concavada.