PS quer saber tudo sobre reuniões entre Constâncio e accionistas do BCP

Os socialistas pediram ao Banco de Portugal que envie à comissão de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos as actas de reuniões com accionistas do BCP.

Foto
Constâncio será de novo ouvido no Parlamento no dia 18 de Junho

O trabalho de Vítor Constâncio enquanto governador do Banco de Portugal (BdP) está debaixo de fogo cerrado na comissão de inquérito parlamentar à gestão da Caixa Geral de Depósitos. Em causa está a tentativa dos deputados para perceberem como foi utilizado o banco público na guerra de poder no BCP, em 2007. Agora é a vez do PS pedir ao BdP que confirme se existiram reuniões entre o então governador e accionistas do BCP e se sim, que envie ao Parlamento as actas, para se saber o que foi acertado.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O trabalho de Vítor Constâncio enquanto governador do Banco de Portugal (BdP) está debaixo de fogo cerrado na comissão de inquérito parlamentar à gestão da Caixa Geral de Depósitos. Em causa está a tentativa dos deputados para perceberem como foi utilizado o banco público na guerra de poder no BCP, em 2007. Agora é a vez do PS pedir ao BdP que confirme se existiram reuniões entre o então governador e accionistas do BCP e se sim, que envie ao Parlamento as actas, para se saber o que foi acertado.

Na audição de terça-feira, o antigo administrador do BCP, Filipe Pinhal, contou aos deputados que aconteceram duas reuniões em Dezembro de 2007 entre responsáveis do BCP, Vítor Constâncio e o então vice-governador Pedro Duarte Neves, convocadas pelo BdP. Agora, o PS quer a documentação sobre essas reuniões.

Filipe Pinhal teceu duras críticas a Constâncio revelando que o governador foi o culpado pela sua saída do BCP. Aos deputados, Pinhal afirmou que Constâncio “correu com ele” depois de ter recusado um empréstimo a Joe Berardo. Além disso, o antigo administrador do banco privado contou que “de 2008 a 2012 o presidente do BCP” foi o empresário José Berardo, que tinha “poder de fogo extraordinário” no seio do banco. 

As afirmações do antigo banqueiro levaram Vítor Constâncio a admitir processá-lo, em declarações à TSF: “Pondero processar o Doutor Filipe Pinhal. É uma decisão que ainda não está tomada, porque nem ouvi as declarações, os advogados têm de analisar, mas estou a ponderar”, disse.

Entretanto, para a semana será de novo ouvido na comissão de inquérito, Vítor Constâncio e o antigo vice-governador Pedro Duarte Neves.