Fred Martins celebra a bossa nova numa série de espectáculos

A poucos meses de lançar um novo disco, o cantor e compositor brasileiro Fred Martins inicia uma série de concertos dedicados à bossa nova. Começa esta quinta-feira, no Estoril.

Foto
Fred Martins DR

O cantor, compositor e arranjador brasileiro Fred Martins, radicado na Europa desde 2010, inicia esta quinta-feira uma série de espectáculos dedicados à bossa nova, no ano em que o disco Chega de Saudade, de João Gilberto, completa 60 anos da sua primeira edição (e voltou às lojas). Os concertos serão no Organic Caffe Estoril, nos dias 6 (20h30), 14 (19h), 20 (20h30) e 27 (20h30).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O cantor, compositor e arranjador brasileiro Fred Martins, radicado na Europa desde 2010, inicia esta quinta-feira uma série de espectáculos dedicados à bossa nova, no ano em que o disco Chega de Saudade, de João Gilberto, completa 60 anos da sua primeira edição (e voltou às lojas). Os concertos serão no Organic Caffe Estoril, nos dias 6 (20h30), 14 (19h), 20 (20h30) e 27 (20h30).

Nascido em Niterói, a 14 de Junho de 1969, Fred morou em Brasília até aos 6 anos. Herdou do pai, nascido em Minas Gerais mas criado nos subúrbios do Rio de Janeiro, o gosto pelo samba, o choro, a bossa. “Era um ambiente mágico para mim, ter génios vindos da esfera popular como o Nelson Cavaquinho ou o Cartola”, disse ele ao PÚBLICO em 2016, por ocasião do lançamento do seu disco Para Além do Muro do Meu Quintal, frase tirada de um verso de Alberto Caeiro/Pessoa. Na mesma entrevista, dizia: “Foi João Gilberto, com Eu vim da Bahia, que me fez fazer música. Isso mudou a minha vida, fiquei muitos anos a tentar entender essa coisa misteriosa, a escrever songbooks dos mestres.” E foi assim que, durante vários anos, participou em songbooks de autores como Rita Lee, Noel Rosa, Gilberto Gil, Tom Jobim e Chico Buarque, entre outros.

Compôs, a partir de 1980, para vários intérpretes, como Ney Matogrosso, Zélia Duncan ou Maria Rita, e gravou vários discos em nome próprio: Janelas (2001), Raro e comum (2004), Tempo afora (2007), Guanabara (2009) ou Para Além do Muro do Meu Quintal (2016). Ao atravessar o Atlântico para se fixar noutro continente, descobriu outras realidades. “Na Europa, comecei a espantar-me com outro lado. Aquilo que eu pensava que era muito brasileiro, muito nosso, não era só. Vi uns palestinianos tocando música árabe e aquilo parecia um baião. O próprio cavaquinho brasileiro, muito ligado ao choro e ao samba, também existe noutros lugares.”

Agora, além do actual projecto de celebração da bossa nova, onde homenageia Tom Jobim, João Gilberto e Vinicius de Moraes, Fred está a promover um DVD a que deu o nome de A Música é Meu País e prepara-se para lançar um novo álbum de originais no segundo semestre deste ano.