Médicos marcam dois dias de greve, em 2 e 3 de Julho

Estruturas sindicais dividem-se: Federação Nacional dos Médicos marca greve e concentração para 3 de Julho e Sindicato Independente dos Médicos convoca paralisação para dia 2, mas as reivindicações são semelhantes.

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Rui Gaudencio

A greve nacional de um dia tinha sido anunciada há cerca de um mês pelas duas estruturas representativas dos médicos, mas faltava marcar a data. Afinal, serão dois dias, 2 e 3 de Julho próximo. Este fim-de-semana reunido em Coimbra, o Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiu convocar uma paralisação e uma concentração em Lisboa em 3 de Julho, alegando que, quase quatro anos após a tomada de posse deste Governo, o Ministério da Saúde “continua recusar negociar” as reivindicações dos profissionais. 

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A greve nacional de um dia tinha sido anunciada há cerca de um mês pelas duas estruturas representativas dos médicos, mas faltava marcar a data. Afinal, serão dois dias, 2 e 3 de Julho próximo. Este fim-de-semana reunido em Coimbra, o Conselho Nacional da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiu convocar uma paralisação e uma concentração em Lisboa em 3 de Julho, alegando que, quase quatro anos após a tomada de posse deste Governo, o Ministério da Saúde “continua recusar negociar” as reivindicações dos profissionais. 

Ao mesmo tempo, o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), optou por convocar um dia de greve na véspera, 2 de Julho. “A convergência mantém-se, mas entenderam os sindicatos, para inovar nesta forma de luta”, marcar paralisações em dias separados, sublinha o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha. “Os médicos vão parar a uma terça e a uma quarta-feira, não junto ao fim-de-semana”, enfatiza.  

Apesar da realização de duas paralisações em 2017 e de uma greve nacional de três dias em Maio em 2018, a situação não se alterou e a mudança de ministro, em Outubro passado, “nada acrescentou, mantendo-se a postura de empatar e diferir a tomada de decisões, bem como uma atitude de alguma hostilidade contra os médicos”, defende a Fnam em comunicado nesta segunda-feira divulgado.

A lista de reivindicações é comum às duas estruturas sindicais e muito extensa: entre outras coisas, os médicos exigem a criação de um estatuto de profissão de desgaste rápido e de risco e penosidade acrescidos, com diminuição da idade de reforma, a diminuição das actuais 18 horas de trabalho por semana para 12 horas nos serviços de urgência e o início “imediato” do processo de revisão da carreira e das grelhas salariais . As duas estruturas sindicais têm uma reunião negocial com o Governo marcada para esta sexta-feira.

“O descontentamento entre os profissionais médicos atinge proporções deletérias e é transversal a todos os sectores de trabalho – público, privado ou social – e, por isso, a Fnam apela aos colegas que manifestem a sua insatisfação aderindo à greve nacional e concentração no dia 3 de Julho de 2019”, acentua a Fnam.

Depois de o processo negocial com o Ministério da Saúde não ter avançado, na última reunião no início de Maio, as duas estruturas sindicais que representam os profissionais já tinham anunciado esta forma de luta a nível nacional, em simultâneo com “paralisações parcelares em serviços carenciados”, como aconteceu no serviço de anestesia do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) entre 19 e 24 de Maio.