Agustina ou a força do destino

A mais extraordinária e exuberante romancista portuguesa morreu esta segunda-feira, aos 96 anos de idade. Chamava-se Agustina Bessa-Luís.

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Talvez porque Germa tivesse “o espírito de parecer vulgar”, “com aquele seu ar que tanto podia ser desdenhoso como obtuso”, o incipit de A Sibila não é memorável: “ – Há uma data na varanda desta sala […] que lembra a época em que a casa se reconstruiu.” Lançado “como uma pedra imensa e estranha, em pleno charco neo-realista” – como escreveu António Lobo Antunes no prefácio à sétima edição de Vale Abraão (Relógio D’Água, 2017) –, quem se terá dado conta, em 1954, que acabava de ser publicado o romance-charneira do século XX português?