Ministério Público espanhol investiga bar que vendia serviços de anões

Bar em Benidorm teve durante quatro anos um cartaz à porta em que oferecia um serviço de “aluguer” de anões.

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Em Benidorm, na província espanhola de Alicante, há um bar que está a ser investigado por suspeita de crime de ódio contra pessoas que sofrem de nanismo (uma anomalia que se caracteriza por uma diminuição do tamanho do corpo em comparação com outros indivíduos).

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Em Benidorm, na província espanhola de Alicante, há um bar que está a ser investigado por suspeita de crime de ódio contra pessoas que sofrem de nanismo (uma anomalia que se caracteriza por uma diminuição do tamanho do corpo em comparação com outros indivíduos).

De acordo com o El País, o Ministério Público espanhol está a investigar o pub Chaplin’s, normalmente frequentado por turistas britânicas, que durante anos teve um cartaz à porta em que se lia “Quer alugar um anão?”. Este tipo de serviços era solicitado por grupos para despedidas de solteiros.

Esta região de Espanha é também muito procurada por turistas e estudantes que se deslocam em viagens de finalistas normalmente conotadas com excessos. 

O Comité Espanhol de Representantes de Pessoas com Incapacidade (Cermi) considerou que a prática e o anúncio eram “depreciativos” e, por isso, apresentou o caso às autoridades.

Jesús Martín, membro do comité, citado pelo diário espanhol, afirma que “a troça e a fraude provocam efeitos directos sobre todo o colectivo que tem este tipo de incapacidade e reforça o estigma de pessoas baixas, que são tratadas como bobos”. “Imagine que uma criança vai à escola ou está na adolescência. Ouvir que existe este tipo de espectáculos tem impacto na criação da sua identidade, da sua auto-imagem e na aceitação do seu corpo. E provoca sofrimento. Sei-o porque tenho uma displasia óssea”, disse Jesús Martín. As displasias ósseas são doenças raras, de origem genética e englobam um grupo heterogéneo de doenças nas quais existe alteração da forma, tamanho e constituição dos ossos e cartilagens.

Um dos sócios do Chaplin’s, que se identificou como Cayetano, defendeu o serviço que oferece no bar, qualificando-o como sendo uma “paródia”. “Só tivemos um, mas acabámos de cancelar o contrato com ele porque há gente muito fechada. Ele ganhava um salário, tal como os empregados de mesa ou os actores porno. Isto existe em todos os sítios de despedidas de solteiros. Procure na Internet e verá”, reiterou ao El País.