A crónica falhada e outras

Uma antologia pessoal da arte de bem cronicar. Uma alegre campanha.

Foto
Mário de Carvalho publicou a maior parte destas crónicas no Jornal de Letras, Artes e Ideias e no PÚBLICO entre 1987 e 1996 enric vives-rubio/arquivo

Não pretendo confirmar, agravando-a, a “proliferação de eus nos jornais” (p. 67) – execrada por Mário de Carvalho numa crónica de Janeiro de 1996 – mas, não querendo também socorrer-me do “plural solidário do PCP” ou de uma qualquer prosopopeia, vejo-me levado a dizer que me lembro de haver entrevistado há uns anos – há uns bons anos, poderia dizê-lo eufemisticamente – o autor do romance Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde. E lembro-me de Mário de Carvalho ter verrinado (em comentário que, se não coube na entrevista publicada, ficou gravado na minha memória e, talvez, em alguma cassete que ainda exista lá por casa) incertos críticos literários, e talvez escritores, que se não lembrariam, aparentemente, de que a literatura portuguesa vem desde Paio Soares de Taveirós, e que nunca teriam ouvido falar de Frei Amador Arrais, e que talvez nunca houvessem lido A Brasileira de Prazins e A Casa Grande de Romarigães, e que nem sequer saberiam quantas personagens morrem de apoplexia fulminante em O Crime do Padre Amaro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Não pretendo confirmar, agravando-a, a “proliferação de eus nos jornais” (p. 67) – execrada por Mário de Carvalho numa crónica de Janeiro de 1996 – mas, não querendo também socorrer-me do “plural solidário do PCP” ou de uma qualquer prosopopeia, vejo-me levado a dizer que me lembro de haver entrevistado há uns anos – há uns bons anos, poderia dizê-lo eufemisticamente – o autor do romance Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde. E lembro-me de Mário de Carvalho ter verrinado (em comentário que, se não coube na entrevista publicada, ficou gravado na minha memória e, talvez, em alguma cassete que ainda exista lá por casa) incertos críticos literários, e talvez escritores, que se não lembrariam, aparentemente, de que a literatura portuguesa vem desde Paio Soares de Taveirós, e que nunca teriam ouvido falar de Frei Amador Arrais, e que talvez nunca houvessem lido A Brasileira de Prazins e A Casa Grande de Romarigães, e que nem sequer saberiam quantas personagens morrem de apoplexia fulminante em O Crime do Padre Amaro.