“Batalha de Setúbal” pode regressar

Estivadores convocaram plenário para dia 23 de Maio para pôr fim às negociações para o contrato colectivo dos estivadores daquele porto.

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LUSA/RUI MINDERICO

Para o mesmo dia, 23 de Maio, em que o país pode estar a enfrentar uma nova paralisação de camionistas, o Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) convocou um plenário de trabalhadores no qual pretende pôr termo às negociações que arrancaram a 13 de Dezembro do ano passado. Quando começaram, as negociações estavam previstas para decorrerem durante 90 dias. E já passaram 158, como notava esta quinta-feira o sindicato liderado por António Mariano.

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Para o mesmo dia, 23 de Maio, em que o país pode estar a enfrentar uma nova paralisação de camionistas, o Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) convocou um plenário de trabalhadores no qual pretende pôr termo às negociações que arrancaram a 13 de Dezembro do ano passado. Quando começaram, as negociações estavam previstas para decorrerem durante 90 dias. E já passaram 158, como notava esta quinta-feira o sindicato liderado por António Mariano.

De acordo com as duas estruturas, já decorreram 15 encontros para ultimar estas negociações, que deveriam ter sido finalizadas na passada quarta-feira. Mas foram de novo adiadas, tendo sido marcada uma nova reunião para o próximo dia 22. Depois de dar conta deste adiamento, o SEAL anunciou que ficava desde já marcado um plenário para o dia seguinte, dia 23 de Maio, “para que se avaliem colectivamente os resultados finais conseguidos no âmbito deste processo negocial”.

Num comunicado enviado às redacções, a Operestiva, empresa do grupo Yilport, disse que o único obstáculo à conclusão de um contrato colectivo “foi mais uma vez a divergência em relação ao que pode ser um aumento razoável das condições remuneratórias, sem colocar em risco a viabilidade económica das empresas”. “Foram apresentados vários aumentos salariais, o último dos quais de 8%. O Sindicato SEAL não aceitou os aumentos propostos, exigindo inicialmente 40% (o que nalguns casos equivaleria a cerca de 600 euros de aumento mensal por cada trabalhador), para mais tarde baixar para cerca de 29%.”, lê-se no comunicado.

Já durante o dia de quinta-feira, o SEAL reagiu a este comunicado acusando a empresa de “constante ciranda de posições a cada ronda negocial, com a apresentação de propostas salariais substancialmente inferiores a outras anteriormente apresentadas, em desrespeito total pelos esforços do SEAL e da mediação para alcançar um acordo”. O SEAL diz que tem feito um esforço de contenção, e que fará um último esforço para um entendimento no dia 22 de Maio. Mas para já as posições estão muito divergentes e a “Batalha de Setúbal”, como chamam os estivadores à paralisação que em Outubro chegou a fazer tremer a Autoeuropa - que esgotou a sua capacidade de armazenamento, não conseguindo escoar a produção -, pode muito bem regressar.