A última vez que ela viu Macau

Uma actriz excelente e um olhar fascinado por Macau são sedutores, mas não redimem o novo filme de Ivo Ferreira de ser um falhanço honroso.

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Macau tem sido ponto regular de inspiração para Ivo Ferreira, que viveu vários anos na antiga colónia portuguesa e aí dirigiu algumas curtas e um documentário de boa memória (Vai com o Vento). Mas o território parece não ter inspirado do mesmo modo a quarta ficção longa do cineasta, após Em Volta (2002), Águas Mil (2009) e Cartas da Guerra (2016). Ou antes: inspirou-o seguramente em termos de cenário e ambiente, a meio caminho entre a urgência urbana das personagens deslocadas de um Wong Kar-wai e uma atmosfera de falso thriller pelo meio de um local em mudança constante que faz pensar em Jia Zhang-ke. Jia vem também ao de cima no modo como Ferreira filma a sua personagem feminina central: Margarida Vila-Nova, “sobrevivente” resignada de um outro tempo, que mantém vivo o hotel familiar com o dinheiro que ganha como call girl em clubes nocturnos.

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Macau tem sido ponto regular de inspiração para Ivo Ferreira, que viveu vários anos na antiga colónia portuguesa e aí dirigiu algumas curtas e um documentário de boa memória (Vai com o Vento). Mas o território parece não ter inspirado do mesmo modo a quarta ficção longa do cineasta, após Em Volta (2002), Águas Mil (2009) e Cartas da Guerra (2016). Ou antes: inspirou-o seguramente em termos de cenário e ambiente, a meio caminho entre a urgência urbana das personagens deslocadas de um Wong Kar-wai e uma atmosfera de falso thriller pelo meio de um local em mudança constante que faz pensar em Jia Zhang-ke. Jia vem também ao de cima no modo como Ferreira filma a sua personagem feminina central: Margarida Vila-Nova, “sobrevivente” resignada de um outro tempo, que mantém vivo o hotel familiar com o dinheiro que ganha como call girl em clubes nocturnos.