Caso de Tancos tem um novo arguido da GNR

Processo conta neste momento com 21 suspeitos, devendo ser constituídos em breve mais arguidos.

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Tenente-coronel Luís Sequeira MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

O caso de Tancos tem um novo arguido. Trata-se do tenente-coronel Luís Sequeira, responsável pela investigação criminal da GNR na região do Algarve.

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O caso de Tancos tem um novo arguido. Trata-se do tenente-coronel Luís Sequeira, responsável pela investigação criminal da GNR na região do Algarve.

A investigação ao desaparecimento do material militar e ao seu posterior reaparecimento conta já com 21 suspeitos, estando previsto que o Ministério Público formule uma acusação formal contra eles até Julho. É provável que nos próximos dias venham a ser constituídos mais arguidos neste processo, também militares. 

Segundo uma nota informativa do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, o suspeito foi submetido a interrogatório judicial esta terça-feira. “Foi indiciado pela prática dos crimes de associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação e de falsificação de documento”, refere o Ministério Público. Ficou suspenso de exercer funções e de se ausentar do país, bem como de contactar com outros implicados neste inquérito, que ainda se encontra em segredo de justiça. 

Luís Sequeira superintendia até agora aos núcleos de investigação criminal do Algarve da GNR, incluindo o de Loulé, que integravam militares implicados na encenação da descoberta das armas. E reportava ao principal responsável pela investigação criminal de toda a GNR, que era, até certo momento, o coronel Taciano Correia, inquirido esta quarta-feira pelo Ministério Público na qualidade de testemunha. Este oficial integra neste momento uma missão das Nações Unidas na República Centro-Africana. 

Ouvido no mês passado na comissão parlamentar de inquérito de Tancos, Luís Sequeira afirmou desconhecer o despacho da Procuradoria-Geral da República que atribuía a investigação do caso de Tancos à Polícia Judiciária, pelo que não se opôs à colaboração do sargento Lima Santos e dos guardas Gonçalves e Ataíde, de Loulé, nas diligências da Polícia Judiciária Militar, que terminariam com o achamento do material roubado na Chamusca. Os três membros da GNR estão entre os acusados da Operação Húbris.

O tenente-coronel disse ainda aos deputados não ter informação que lhe permita concluir que o aparecimento do material, na Chamusca, em Outubro de 2017, foi uma encenação. Segundo explicou, o pedido de apoio ao núcleo de investigação de Loulé por parte da Judiciária Militar surgiu porque “há um militar” dali que “tem um contacto com um indivíduo que “tinha informação que podia ser relevante para a recuperação do material e eventualmente chegar aos autores do crime”.

“Há aqui coincidências também”, sublinhou, referindo que quando a Judiciária Militar pediu informações sobre “um indivíduo de Albufeira” [de alcunha Fechaduras], havia militares na GNR de Loulé que, por residirem na área, tinham “conhecimento do tecido social” e chegaram “a este indivíduo” [João Paulino] que “entenderam ser alguém que esclarecesse”.